Segunda data mais importante do comércio brasileiro depois do Natal, o Dia das Mães, celebrado no próximo domingo (14), deve manter a tradição de ser aquecido nas lojas do Rio Grande do Sul, apesar da inflação pesando no bolso dos consumidores. Somente em Porto Alegre, a projeção do Sindilojas é de que a data movimente 27,8% a mais em valor de vendas este ano.
Arcione Piva, presidente do Sindilojas Porto Alegre, fala de boas expectativas com importante crescimento nominal. A estimativa é de que sejam R$ 486 milhões em vendas na Capital – no ano passado, as lojas comercializaram R$ 380 milhões.
Ainda que parte da alta na projeção responda ao aumento natural de preços (embora alguns produtos tenham tido queda em razão da redução do frete internacional), Piva assinala que há aumento na intenção de consumo. A pesquisa da entidade aponta que 66% dos entrevistados pretendem presentear suas mães. Já o tíquete médio gasto com o presente deverá ficar em torno de R$ 280,00, ou R$ 15,00 mais caro do que em 2022.
A proximidade com a data deve intensificar o movimento das lojas nos próximos dias, já que mais da metade dos consumidores costuma deixar para fazer as compras na semana que antecede o domingo festivo, especialmente na véspera.
— O grande momento de compras é esta semana e acreditamos muito nesta possibilidade até pelo anúncio de antecipação do 13º salário, que até o fim de maio deve começar a entrar. Quem fizer parcelado vai comprar e ainda usar o décimo para pagar. É um fator que contribui ainda mais para as vendas — avalia Piva.
No RS, o gasto médio com os presentes deve ser menor que na Capital, com valor médio de R$ 245,53, conforme a Fecomércio-RS. A pesquisa da entidade ouviu consumidores de Santa Maria, Porto Alegre, Caxias do Sul, Ijuí e Pelotas. Mas a intenção de compra é superior ao ano passado.
Economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo comenta que o Dia das Mães costuma ser uma data “resiliente" no calendário do comércio. Ou seja, é uma ocasião em que as pessoas consomem mesmo estando apertadas financeiramente. No entanto, o perfil é cauteloso e assertivo: são consumidores que buscam preço bom e produtos de preferência.
— O Dia das Mães parece ser uma data em que as condições econômicas ficam em segundo plano. Isso ajuda a explicar a intenção maior em compras — diz Patrícia.
Conforme as pesquisas, os produtos de uso ou consumo imediato são os mais buscados para presentear. Roupas lideram a lista de intenções, seguidas por itens de perfumaria e cosméticos e por calçados. Neste ponto, o presidente do Sindilojas diz que a proximidade com o inverno tem influência na escolha do presente.
— O Dia das Mães tem a especificidade da proximidade com o inverno. As pessoas acabam indo para itens como roupas e calçados porque são produtos de utilidade imediata — diz Piva.
A pesquisa do Sindilojas ainda mostra crescimento da preferência por lojas locais. Os dados mostram que 65,4% dos consumidores pretendem fazer as compras no comércio de rua. No ano passado, este dado era 54,4%. Já os shoppings são preferência para 40,3% dos consumidores.
Na pesquisa da Fecomércio-RS, as lojas do centro das cidades foram indicadas por 59% dos compradores. Depois, aparecem os shoppings centers (19,5%), lojas de bairro (11,4%) e internet (6,8%).