Diante da escalada de preços na economia e da elevação da taxa Selic, os saques da caderneta de poupança somaram R$ 12,66 bilhões em julho, informou nesta quinta-feira (4), o Banco Central. Essa foi a maior saída de recursos da aplicação para o mês da série histórica do BC, iniciada em 1995.
A retirada no mês passado é mais de cinco vezes maior do que o recorde negativo anterior para o período, de 2015 (R$ 2,45 bilhões). Em junho de 2022, os saques foram de R$ 3,75 bilhões, já, em julho de 2021, o saldo foi positivo em R$ 6,37 bilhões.
No ano até julho, a poupança também tem retirada de recursos, de R$ 63,15 bilhões, volume que supera o ano todo de 2015, o mais negativo da série histórica (R$ 53,56 bilhões). Em 2022, somente o mês de maio registrou depósitos líquidos, de R$ 3,51 bilhões.
Em julho, foram colocados R$ 290,42 bilhões e retirados R$ 303,084 bilhões na poupança. Considerando o rendimento de R$ 6,26 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 1,007 trilhão no fim do sétimo mês.
Marcas históricas
Em 2021, a caderneta de poupança teve o terceiro pior desempenho anual da história, com retiradas líquidas de R$ 35,49 bilhões, após registrar recorde em 2020 (R$ 166,31 bilhões), em meio ao auxílio emergencial e à maior tendência das famílias de guardarem dinheiro no início da pandemia de covid-19.
Atualmente, com a taxa Selic a 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em 0,2420% ao mês (2,94% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros.