O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, reforçou nesta quinta-feira (22) o pedido por recursos internacionais para apoiar o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia. O ministro destacou que a duplicação de recursos para ações de comando e controle, anunciada nesta quinta-feira (22) pelo presidente Jair Bolsonaro, deve ser direcionada para equipes da Força Nacional e órgãos de fiscalização.
— Os recursos, especificamente em comando e controle, serão dobrados, como disse o presidente na sua fala, e os recursos estão sendo estabelecidos agora por ocasião da aprovação do orçamento junto ao Congresso Nacional — disse Salles em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. O ministro, contudo, não deu detalhes sobre os valores que serão reforçados.
— Com relação ao orçamento, o número (valor) preciso não é possível estabelecer agora porque justamente nesta semana se está definindo o orçamento junto ao Congresso. O que é possível dizer é que o que houver de disponibilidade, o presidente vai dobrar o recurso — declarou.
— Isso é importante porque dá sustentação ao pagamento das equipes da Força Nacional, que podem aumentar substancialmente, e que se somam — aqui não é substituição — ao que já tem de equipes de logística do Ibama, ICMBio, Polícia Federal e contar com o apoio logístico das Forças Armadas — ressaltou.
Salles também reiterou o pedido de que "países, empresas, entidades nacionais e estrangeiras colaborem com o robustecimento do orçamento para redução do desmatamento ilegal", além do desenvolvimento da região.
No início da gestão de Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente chegou a desdenhar de recursos internacionais voltados para a região amazônica, o que depois levou à paralisação do Fundo Amazônia bancado pela Alemanha e Noruega.
Depois de recordes no desmatamento e queimadas, Salles mudou o tom e passou a afirmar que o Brasil deve ser pago por seus serviços ambientais. Essa posição foi a mesma defendida por Bolsonaro em sua carta ao presidente americano, Joe Biden, e em sua fala na Cúpula de Líderes sobre o Clima. Nesta quinta-feira, o ministro afirmou que, com a queda do desmatamento, os repasses do Fundo Amazônia poderiam ser restabelecidos.
— Quanto mais recurso vier, quanto mais apoio existir, maior probabilidade de antecipar tanto a extinção do desmatamento ilegal quanto a redução de 50% dessas emissões que virá junto com a eliminação do desmatamento — declarou.