O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (20) que mais mudanças virão na semana que vem, após anunciar ontem a indicação do general da reserva Joaquim Silva e Luna para ocupar a presidência da Petrobras, no lugar de Roberto Castello Branco, em meio à insatisfação com a política de preços da estatal.
- Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, semana que vem teremos mais - disse, sem entra em detalhes, durante discurso na Cerimônia de Entrada dos Novos Alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas (SP).
Em referência à indicação para troca de comando na Petrobras, Bolsonaro disse que, como governante, precisa "trocar as peças que, porventura, não estão dando certo".
- Problemas hoje temos e tenho que decidir, assim como vocês militares, rapidamente. Pior do que decisão mal tomada é uma indecisão - afirmou, sem citar nominalmente a Petrobras em nenhum momento. - O que não falta para mim é coragem para decidir. Mais fácil é se acomodar para quem não tem compromisso com a nossa pátria. Da minha parte, isso não ocorrerá. Acredito na minha pátria e tenho dever a cumprir. Não deixarei passar oportunidade, não deixarei de fazer pela pátria. O que todos nós queremos é trabalhar bem para o futuro do nosso Brasil.
Durante o discurso, o presidente ainda disse que, se tudo dependesse dele, "não seria esse o regime que estamos vivendo".
- Eu represento a democracia no Brasil, nunca a imprensa teve tratamento tão cortês como o meu. Se não acham, é porque não estão acostumados para ouvir a verdade. Juntamente com as Forças Armadas e as instituições, tudo faremos para cumprir a Constituição e para fazer com que a democracia funcione - discursou.
Bolsonaro também disse que tudo indica que o ano passado foi o ápice da pandemia de covid-19, embora o número de mortes diárias tenha batido recordes neste ano. Para uma plateia de cerca de 400 novos ingressantes na carreira militar, Bolsonaro destacou princípios da caserna.
- Vocês aprenderão brevemente que missão não se escolhe, não se escolhe nem se discute, se cumpre e tudo é possível pela pátria, até mesmo o sacrifício da própria vida - afirmou.
Também acompanharam o evento o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, e os ministros Fernando Azevedo, da Defesa, Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), além do filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal. O chefe do Executivo deve retornar a Brasília no período da tarde. A previsão de chegada é às 16h.