As dificuldades provocadas pela crise do coronavírus começam a aparecer com maior força nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o mercado de trabalho. Conforme o instituto, o Rio Grande do Sul tinha, em julho, 1,1 milhão de pessoas desempregadas ou que gostariam de trabalhar, mas evitaram procurar emprego em razão da pandemia ou da escassez de vagas.
Divulgado nesta quinta-feira (20), o resultado sinaliza piora em relação aos meses anteriores. Em junho, 977 mil pessoas estavam desocupadas ou impedidas de buscar oportunidades por conta da covid-19 ou das dificuldades no mercado. Ou seja, de um mês para o outro, cerca de 125 mil profissionais passaram a integrar o grupo. O número é superior à população de um município como Bagé, na Campanha (121,1 mil habitantes).
Os dados fazem parte do levantamento Pnad Covid-19, que busca dimensionar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e na área da saúde. Com entrevistas por telefone, o estudo mensal começou em maio.
Do grupo de 1,1 milhão de pessoas, 568 mil estavam desempregadas em julho. Para o IBGE, um profissional é considerado desocupado quando perde o trabalho, com ou sem carteira assinada, e segue à procura de novas oportunidades. Em junho, o número era inferior, estimado em 558 mil pessoas.
A outra parcela, de quem gostaria de trabalhar, mas não procurou emprego em razão da pandemia ou da crise econômica, alcançou a marca de 534 mil. Em junho, 419 mil pessoas estavam nessa situação. No mês passado, com o aumento nos casos de coronavírus, municípios elevaram restrições, o que pode ter dificultado a busca por trabalho formal ou informal.