O presidente do Transforma RS e CEO das Empresas Randon, Daniel Randon, afirmou nesta terça-feira (19), em entrevista ao Atualidade, que é necessário entender que há chance da pandemia de coronavírus ser intermitente. Sendo assim, de acordo com ele, é preciso começar a pensar o que se quer daqui para a frente.
— Tem sido esse o desafio sempre, de salvar vidas sem matar a economia. A minha preocupação é olharmos para a frente (...). Há o risco de ser uma pandemia intermitente, tem algumas visões nesse sentido, e temos que saber como lidar com isso — afirmou. — Eu acho que é o momento de sairmos da fase 1, que é a preocupação somente com a saúde, e agora estamos entrando nessa linha da saúde e protocolos, e chegar na terceira fase, que é o que nós queremos para frente. E começar a trabalhar na reforma administrativa, tributária, as PPPs (parcerias público-privadas) e concessões — disse.
Quanto ao papel do empresário, Randon citou que a categoria deve buscar equilíbrio entre tomar as precauções necessárias para evitar a disseminação da covid-19 e gerar medo nas pessoas. Isso também, mantendo em mente que, se a pandemia for passageira, de acordo com Random, até 2021 a economia deve retomar. Contudo, se for intermitente, talvez apenas em 2022.
— A gente tem o desafio, todo o empresário é primeiro buscar esse equilíbrio. Temos que alertar as pessoas dos riscos, fazer todos os protocolos, esse é o papel dos empresários para sairmos dessa. Mas também a gente tem que cuidar o medo, para que não paralise as pessoas. É um receio para que as pessoas tomem cuidado, se distanciem, evitem de fazer aglomerações, tem que buscar isso, mas, por outro lado, é um medo que as pessoas se mexam no sentido de reinventar seu negócio, de ver novas oportunidades e ir para a frente — disse.
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Randon também ressaltou a importância do Brasil atrair investimentos. Ele ressaltou que, embora o Rio Grande do Sul, ao mostrar maior empenho e alinhamento dos poderes, esteja no caminho certo, investidores primeiro olham para o país e, depois, para os Estados.
— Qualquer crise política que nós temos, desde a saída do (Sergio) Moro, o processo correndo Supremo Tribunal Federal (STF), a troca de ministros, qualquer crise afeta diretamente a visão do Brasil para os investidores. E cada Estado está tendo autonomia também, então a gente percebe que alguns Estados têm até passado a questão de direitos democráticos, ou até alguns governadores e prefeitos. Esse desalinhamento entre federal e estadual e prefeitos também é um dos principais pontos de risco que nós temos no país, olhando para investidores de fora e até para nossa economia interna para que a gente possa retomar investimentos — defendeu.