As exportações da indústria gaúcha caíram 14,7% em abril, na comparação com igual período de 2019. No mês passado, marcado pelos prejuízos da pandemia de coronavírus, os embarques somaram US$ 760,9 milhões. A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) divulgou os dados nesta quarta-feira (13).
Com o resultado, o setor amarga a sétima queda consecutiva, conforme a entidade. Ou seja, o desempenho das exportações está no vermelho desde outubro do ano passado.
"A pandemia do coronavírus provocou a retração da produção e do consumo global, o que derrubou as exportações da indústria. Porém, desde o ano passado já registrávamos dificuldades por conta da crise na Argentina e desaceleração dos Estados Unidos", avalia, em nota, o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
O dirigente acrescenta que o cenário para os próximos meses segue carregado de incertezas. "Por enquanto, ainda não temos como projetar quando a situação externa vai melhorar e quais os impactos dessa crise nas relações comerciais entre os países", menciona Petry.
Os dados mostram que, dos 23 setores que exportaram em abril, 21 registraram queda. Veículos automotores (-49,2%) e couro e calçados (-49,5%) foram os que mais sofreram, seguidos por máquinas e equipamentos (-35,5%), tabaco (-34,5%) e químicos (-34,3%).
Setor de alimentos em alta
A queda nas vendas em abril só não foi maior porque o setor de alimentos, mais uma vez, teve desempenho positivo. No mês, o segmento registrou alta de 63,9%. Segundo a Fiergs, a China segue como a principal compradora dos produtos do Estado.
No acumulado de janeiro a abril de 2020, as exportações industriais amargaram tombo. Atingiram US$ 3,2 bilhões, queda de 23,5% em relação ao mesmo período de 2019.
O Rio Grande do Sul continua na sétima posição do ranking dos Estados exportadores tanto no resultado mensal quanto no acumulado do ano. Está atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Pará.
Importações
Em abril, as importações feitas pela indústria gaúcha somaram US$ 560,5 milhões, crescimento de 6,4% ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o resultado é inverso. As compras desabaram 22,3%, para US$ 2,2 bilhões.