A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, suavizou nesta quinta-feira (12) a responsabilidade do país pelo preço salgado da carne. Ao citar o mercado globalizado, a ministra enfatizou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, a maior demanda dos asiáticos pela proteína animal e o papel do Brasil enquanto exportador do produto.
— O problema não é do Brasil, isso é um problema global. O Brasil é um grande player para o mercado global de proteína. Existe aí uma mudança em todo esse mercado por causa das compras da China que aumentaram muito, todo mundo já sabe, sobre a peste suína — afirma.— Enquanto não recuperarem essa produção interna, eles precisam comprar mais proteína do mundo — completa.
A demanda chinesa por carne no mercado internacional cresceu devido aos prejuízos causados pelo surto de peste suína africana. Com isso, a tendência é de que a oferta local diminua e o preço aumente. No RS, entre os cortes de carne bovina, na comparação da primeira semana de outubro a igual período de novembro, a maior alta no preço foi a do coxão de dentro. O valor médio por quilo avançou 5,8%, para R$ 28,04, segundo a Agas.
De acordo com a ministra, "esses preços (da carne) subiram muito, mas "já baixaram aos pecuaristas e agora têm que chegar na ponta", que são os consumidores.
Indagada sobre a expectativa de menor recuo nos preços, a dirigente da pasta da Agricultura afirma que a pasta segue monitorando o mercado, mas que não tem "bola de cristal":
— O que eu posso dizer para e tranquilidade destas pessoas (consumidores) é que aquele momento de transição, em que a China recompunha os seus estoques, já passou.