O preço médio da gasolina segue estável em Porto Alegre, nesta terça-feira (17), em meio à incerteza sobre o impacto do ataque com drones a refinarias sauditas, realizados no sábado (14), nos valores de combustíveis no Brasil. Ao visitar 20 postos nas zonas central, leste, norte e sul da Capital, a reportagem de GaúchaZH constatou que a média do preço da gasolina comum ficou em R$ 4,19 — o mesmo apontado na última pesquisa da ANP em 38 postos, divulgada no sábado (14).
O levantamento de GaúchaZH, realizado entre as 9h e às 13h, verificou variação de R$ 4,079 a R$ 4,399 no valor do litro da gasolina comum. A mais barata foi encontrada no posto Jardim Verde, na Avenida Eduardo Prado, Zona Sul, onde o produto era comercializado por R$ 4,079. Na segunda colocação, ficou o Posto Ale, na Avenida Benjamin Constant, na Zona Norte, onde o litro custava R$ 4,099. Nesse segundo estabelecimento, a gasolina acabou por volta das 11h10min.
João Carlos Dal'Aqua, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), reforça que não existe nenhuma orientação aos distribuidores e aos proprietários de postos sobre modificações no preço dos combustíveis em razão dos ataques na Arábia Saudita. Dal'Aqua cita que a categoria observa o cenário com "apreensão":
_ Aquele movimento de queda acentuada nos preços, registrado nos últimos dias, pode dar uma refreada ao natural. Não por orientação de alguém. Ocorre em razão de uma expectativa de ver o que o mercado vai sinalizar.
Na segunda-feira, a Petrobras informou que não deverá fazer alterações imediatas no preço dos combustíveis nas refinarias em razão da oscilação na cotação internacional do petróleo. A estatal informou que vai acompanhar a variação por alguns dias antes de qualquer reajuste.
Movimento normal nos postos
Na manhã desta terça, o movimento nos postos de combustíveis da Capital era tranquilo, sem registro de filas fora do comum ou aglomeração de motoristas em busca de abastecimento.
Gerente de um posto de combustíveis na Rua Barbedo, na área central, Rafael Sigaran afirma que sentiu aumento no número de clientes na segunda-feira. Ele disse que não recebeu nenhuma orientação e que o preço praticado no local segue os mesmos critérios dos dias anteriores.
— Vi que mais pessoas encheram o tanque ontem (segunda-feira). Acho que para garantir o preço atual—explicou.
A secretária Liria Barcellos, 53 anos, que abastecia no momento em que a reportagem estava no local, resolveu gastar R$ 100 ao invés dos R$ 50, como planejava anteriormente. Ela disse que pretende repassar o conselho aos familiares.
— Do jeito que sobe e desce o preço, é melhor pagar um valor mais barato, porque não sabemos como será amanhã — ponderou.
Em outro posto, localizado na Avenida Ipiranga, o técnico em informática Edson Vinicius Gomes Santiago, 45 anos, disse não estar preocupado, no momento, com possível elevação no preço do combustível:
— Se começar a aumentar, a gente vai no posto de novo. Não tem muito o que fazer.
O que diz o Procon Porto Alegre
Conforme a diretora-executiva do Procon Porto Alegre, Fernanda Borges, não existe lei que estabeleça um tabelamento dos preços de gasolina, mas a constituição veta o aumento injustificado dos valores:
— O que a gente entende como abuso é quando não existe aumento nas refinarias, não existe fator externo que tenha contribuído para o aumento, e mesmo assim ele ocorre.
Segundo ela, nesses casos, o Procon pode notificar o estabelecimento, que pode acabar sendo multado.
—O que a gente orienta é, sempre, a pesquisa de preços. O próprio Procon faz uma pesquisa quinzenal na cidade para mostrar a variação dos valores ao consumidor. Mas, individualmente, não se consegue ressarcimento. O indicado é escolher onde abastecer — explicou Fernanda.