O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta terça-feira (6) que o governo espera que a votação em segundo turno da proposta de reforma da Previdência seja encerrada até quarta (7) na Câmara dos Deputados. Onyx deu a declaração após reunir-se com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para definir as estratégias de votação.
— Queremos a nova Previdência, se possível, aprovada no início da noite de amanhã. Também sabemos que a oposição deverá apresentar uma série de destaques. Precisamos construir uma estratégia para enfrentar isso. A gente já espera que a oposição cumpra seu papel democrático de se contrapor — afirmou.
Segundo ele, o início da discussão deve ocorrer ainda nesta terça à noite, quando será votada a quebra de interstício (intervalo) de cinco sessões do plenário entre o primeiro e o segundo turnos.
Onyx destacou que a expectativa do governo é repetir o bom resultado da votação em primeiro turno, quando o texto-base foi aprovado por 379 votos favoráveis a 131 contrários. Assim como na votação em primeiro turno, serão necessários 308 votos para que a matéria seja aprovada e enviada ao Senado, onde também será analisada em dois turnos de votação.
Os acordos entre os partidos para aprovar concessões à reforma da Previdência reduziram para R$ 933,5 bilhões a economia estimada em 10 anos. Ao encaminhar a proposta ao Legislativo, o governo pretendia gerar uma economia de R$ 1,236 trilhão, também no período de 10 anos.
Oposição
Na votação em segundo turno, os partidos podem apresentar apenas destaques supressivos, ou seja, que retirem trechos do texto aprovado em primeiro turno. A líder da minoria, deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ), afirmou que a oposição apresentará os nove destaques a que tem direito para tentar retirar pelo menos quatro itens do texto da reforma.
Estão no foco de partidos da oposição a retirada de trechos como a pensão para mulheres, aposentadorias especiais, pensão por morte e as regras de transição. Segundo a deputada, a oposição trabalhará na "redução de danos" ao trabalhador.
— Vamos entrar no segundo turno esperando que, neste recesso, os parlamentares tenham sido sensibilizados nas suas bases para alguns temas que, na minha opinião, são muito cruéis — disse Jandira.
Parlamentares de partidos da oposição ainda definem estratégias para obstrução da sessão que analisará a reforma e, assim, tentar adiar a votação do texto.