Perante um público que lotou os 1,8 mil lugares do Teatro da Feevale, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um balanço nesta quinta-feira (1º) das ações do governo na área econômica. Muito aplaudido ao subir no palco, começou dizendo que tem um “apreço muito grande pelo Rio Grande do Sul desde os tempos em que os liberais cabiam em uma Kombi”, citando inclusive o Fórum da Liberdade que é realizado no Estado.
Guedes falou durante uma hora e vinte minutos. Em relação às reformas, disse que o governo conseguiu aprovar a nova Previdência sem o que chamou de “toma lá dá cá”. Também disse que acredita na inclusão dos Estados e municípios na reforma quando a matéria chegar ao Senado.
— Semana que vem deve resolver em segundo turno (votação na Câmara). Esperamos. Eu tenho confiança no Congresso. Eu acho que o Senado vai ser relativamente rápido. E podemos ter uma boa surpresa com o Senado aprovando a reforma que está aí e até enviando uma PEC paralela de volta pedindo a entrada de Estados e municípios — disse o ministro sendo interrompido por aplausos.
Guedes complementou dizendo que a economia, caso essa inclusão ocorra, será de mais R$ 350 milhões em 10 anos. Ele também citou que o governo vai focar no segundo semestre na reforma tributária.
— Queremos que todos paguem menos (impostos), mas que todos paguem — disse Guedes ao destacar que muitos não pagam seus tributos.
Gastos públicos
O descontrole dos gastos públicos foi um dos assuntos que mais tomou conta da palestra do ministro.
— Faltava coragem política para frear o excesso de gastos. Hoje, o Estado gasta muito e gasta mal — destacou.
Para Guedes, não é o Brasil que está doente, "como dizem", mas o setor público, que, segundo ele, "está em metástase e quer contaminar o setor privado".
O ministro disse ainda que, por ele, venderia todas as estatais.
— Mas não vou levar — ponderou ao dizer que a Democracia funciona desta forma.
Críticas ao PT
Assim como o presidente Jair Bolsonaro, Guedes também não esqueceu do PT. Sem citar o nome do partido, disse que a sigla contribuiu para deixar o país como está.
— Poderiam até ter feito mais se tivessem coragem de cotar os privilégios também. Já que você ajuda os pobres, não precisa ajudar os ricos — alfinetou Guedes.
O ministro estava acompanhado no palco pelo governador Eduardo Leite, pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, pelos deputados federais Giovani Cherini e Marcel van Hattem e pelo presidente do Grupo Sinos, Fernando Gusmão, responsável pelo convite. Ao encerrar sua palestra, destacou ainda a necessidade da reforma política.