Diante de uma plateia de 1,8 mil pessoas, em sua maior parte composta por empresários, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que “no futuro, vamos ter regimes trabalhista e previdenciário diferente dos atuais”. O ministro afirmou que tem proximidade com o Estado desde que participou de alguns Fóruns da Liberdade. Guedes citou o governo de Ernesto Geisel, durante a ditadura militar, como o início da estatização da economia brasileira.
— Uma distorção puxa a outra, veja o caso dos caminhoneiros. O BNDES estimulou a compra de caminhões, colocou mais 300 mil nas estradas, veio a recessão e faltou trabalho para todos. Essa é a pata invisível do Estado, que aliás é bem visível, que vai destruindo o equilíbrio da economia.
Guedes voltou a afirmar que, se depender dele, serão privatizadas todas as estatais brasileiras.
— Não vou levar, mas essa é a beleza da democracia, não leva tudo, mas leva uma parte.
Guedes afirmou que a privatização será “um processo contínuo”, que vai se estender por dois ou três anos, durante os quais a bolsa de valores vai se valorizar, assim como os ativos públicos que forem colocados à venda. Reiterou que os recursos serão usados para reduzir a dívida pública brasileira, cujo custo é a maior despesa do Estado brasileiro. Guedes foi recebido com longos e entusiasmados aplausos, antes mesmo de pronunciar qualquer palavra. Giovani Cherini, deputado federal, que falou antes do ministro, definiu assim o momento:
– É muito amor.
O governador Eduardo Leite, os deputados federais Giovani Cherini e Marcel Van Hatten, além do ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, acompanharam Guedes no palco e fizeram breves pronunciamentos. Na plateia, estavam alguns dirigentes empresariais do Estado, como os presidentes da Fecomércio, Luís Carlos Bohn, e da FCDL, Vítor Koch. Guedes aceitou convite do Grupo Sinos para vir a Novo Hamburgo, para evento no Teatro da Feevale, na semana passada, embora até à tarde de ontem ainda não houvesse confirmação absoluta de sua participação.