O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, disse nesta terça-feira (16) que assumirá a instituição com um conjunto de metas que incluem a venda de R$ 100 bilhões de participações detidas em outras companhias. Além disso, afirmou que pretende devolver R$ 126 bilhões em empréstimos ao Tesouro neste ano, "redimensionar" o banco e explicar a "caixa-preta" da empresa.
Montezano fez um discurso que procurou mostrar alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro e com a equipe econômica ao citar a "caixa-preta" da instituição. Ele afirmou que essa será a primeira meta da gestão. O presidente anterior, Joaquim Levy, defendia que o banco já tem um grau de transparência "que poucas instituições têm".
O novo executivo declarou que o alinhamento com o governo, por meio do ministério da Economia, será de 100%.
Montezano disse que vai acelerar a venda de R$ 100 bilhões em ações de outras empresas e chamou tais participações de "especulativas". Segundo ele, o banco não pode competir com a iniciativa privada.
O novo presidente do BNDES anunciou, ainda, que pretende apresentar ao governo um plano trianual com orçamento, metas claras e redimensionamento da instituição para ser cumprido até o final do governo. Segundo ele, o banco vai se voltar a certos assuntos, como privatizações:
— O BNDES do futuro, o novo BNDES, será um banco de serviço do estado brasileiro. Ajudando o estado em privatizações, concessões, desinvestimentos e ajudando o gestor público a reestruturar suas finanças.
As declarações foram feitas na cerimônia de posse do presidente do banco no Palácio do Planalto. Além de Bolsonaro, do ministro da Economia, Paulo Guedes, e de Montezano, estiveram no palco o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), o prefeito do Rio de Janeiro, Marcello Crivella e o senador Fernando Bezerra.
Na plateia, estavam presentes também os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, além do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do Banco do Brasil, Rubem Novaes.