Depois de cinco pregões seguidos de alta, a bolsa brasileira teve realização de lucros nesta quinta-feira (11). O Ibovespa recuou 0,63%, ainda a 105.146 mil pontos. O patamar histórico conquistado na véspera se manteve graças a alta da Petrobras, que operou descolada do mercado. O dólar seguiu a tendência de depreciação, com a perspectiva de corte no juro americano, e foi para R$ 3,752, queda de 0,180%.
A aprovação do texto-base da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados foi precificado por investidores na quarta (10), quando a bolsa chegou aos 106.650 pontos durante o pregão. O momento era um dos mais aguardados do ano pelos investidores, já que é o primeiro passo decisivo para a concretização do projeto.
Agora, a tramitação depende da votação de 14 destaques que podem alterar o projeto. Até o fechamento do pregão, a discussão sobre estes pontos ainda não havia sido retomada na Câmara. Segundo o presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), caso aprovadas, as alterações não diminuem economia do projeto, de R$ 1 trilhão em dez anos.
Maia também prevê a votação em segundo turno nesta sexta (12), concluindo esta etapa na Câmara, o que levaria a reforma para o Senado.
A euforia do mercado financeiro com a aprovação do projeto agora se dissipa e dá lugar a uma realização de lucros. No mês de julho, o Ibovespa já subiu cerca de 4%, indo de 100 mil pontos a 105 mil pontos em menos de duas semanas.
"A bolsa tem um enorme potencial de valorização para longo prazo, mas não consigo ficar 'ganancioso' nestes preços. Aos que já têm bolsa, recomendamos seguir com a posição ou colocar um pedaço do lucro no bolso para rebalancear a carteira. Aos que não têm ações, achamos boa ideia comprar apenas se o seu horizonte é de longo prazo. Se você veio para cá buscar ganhos no curto prazo, melhor esperar uma correção. A lembrar: Ibovespa subiu em 9 dos últimos 10 pregões" afirma relatório da Rico Investimentos.
No Exterior, o índice Dow Jones voltou a bater recorde histórico, com alta de 0,85%, aos 27.088 pontos. O S&P 500 também atingiu sua máxima, com alta de 0,23%, aos 2.9987 pontos. Tais altas foram impulsionadas pela decisão do governo de Donald Trump de baixar o valor pago pelo Medicare por medicamentos, o que beneficiou companhias de saúde.
Pelo mesmo fator, as bolsas europeias tiveram queda nesta quinta. As farmacêuticas da região serão prejudicadas pela decisão dos americanos de igualar o valor pago pelo Medicare aos preços internacionais do medicamento, que saem mais baratos em outros países. Londres, Paris e Frankfurt recuaram 0,3%.
Além disso, o presidente do Fed (banco central americano), continuou sua sabatina no congresso americano, onde voltou a assegurar que a autoridade está pronta para agir em nome da economia.
No Brasil, o Ibovespa recuou 0,63%, a 105.146 pontos. O volume foi acima da médica, com giro de R$ 16,902 bilhões.
A Petrobras operou descolada do mercado local e dos preços de petróleo, com forte alta. A companhia recebeu recomendação de compra pelo banco Goldman Sachs e deu início a fase não vinculante de venda da processadora de gás Compañia Mega, na Argentina. Na véspera, a companhia anunciou a venda de parte do gasoduto Brasil-Bolívia para a estatal boliviana YPFB.
As ações preferenciais, mais negociadas, subiram 1,17%, a R$ 28,40. As ordinárias, com direito a voto, subiram, 1,88%, a R$ 31,30.