A retomada da discussão da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados demorou mais do que o previsto nesta quinta-feira (11) em razão da pressão de partidos por mudanças no texto e pela garantia da liberação pelo governo de verba de emendas. No entanto, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), garantiu no início da tarde que manterá o cronograma estabelecido. Dessa forma, destaques e emendas que propõem mudanças pontuais no texto-base devem começar a ser analisados nas próximas horas.
Maia passou a manhã reunido com líderes partidários para tentar alinhar um acordo. Acompanhado do líder da maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), o presidente disse a jornalistas que pretende encerrar todo o trâmite de votação da reforma até sexta-feira (12).
— Eu sou otimista, acho que a gente vai votar nesta semana tudo, o resultado de ontem foi uma demonstração — disse Maia, em referência aos 379 votos favoráveis ao texto principal.
Maia admitiu que cresceu a chance de aprovação em plenário de um destaque apresentado pelo PDT, que reduz tempo de contribuição e idade mínima para aposentadoria de professores. Para ele, porém, o impacto econômico da eventual confirmação dessa mudança no texto “não será tão grande como se fala”.
Sem dar detalhes, o presidente da Câmara disse que está discutindo a possibilidade de aprovar outra alteração no texto-base que recuperaria parte da economia perdida com a concessão do benefício aos docentes.
Outra categoria que deverá ser beneficiada com mudanças na reforma é a de policiais federais. Diante da pressão do PSL e do presidente Jair Bolsonaro, houve acordo para diminuir a idade mínima de aposentadoria de 55 anos para 53, no caso de homens, e 52 para mulheres.
Também foi firmado acordo para atender a um pleito da bancada feminina, garantindo aumento no valor pago a pensionistas e regras mais flexíveis no tempo de contribuição.