A expectativa de corte de juros e de conciliação entre Estados Unidos (EUA) e China levou as principais Bolsas mundiais a beirarem seus recordes nesta terça-feira (18). A sinalização de que o Banco Central Europeu (BCE) deve afrouxar a política e a conversa entre Donald Trump e Xi Jinping sobre um acordo comercial impulsionaram fortes altas no mercado acionário.
O Ibovespa subiu 1,82% e retomou os 99 mil pontos. O dólar acompanhou o viés positivo e recuou 1%, a R$ 3,861.
Nesta terça, o presidente do BCE, Mario Draghi, sinalizou que um corte de juros está próximo, com dados econômicos fracos da zona do euro e inflação abaixo da meta. Com a declaração, a Bolsa de Frankfurt fechou em alta de 2,03%, a 12.331 pontos, próximo ao recorde de 13.559 pontos. Londres, cuja máxima histórica é de 7.877 pontos, subiu 1,17%, a 7.443 pontos.
"Esses sinais chegam um dia à frente da tão esperada decisão política do Banco Central americano, cuja reunião começa hoje, em que as expectativas são altas para que Jerome Powell (presidente do Fed, banco central americano) estabeleça as bases para um corte de taxa de juros ainda este ano", afirma a XP Investimentos em relatório.
Nesta quarta (19), o Fed e o Banco Central do Brasil divulgam suas novas taxas básicas de juros. A expectativa é de que os percentuais de juro permaneçam os mesmos, mas, que, as atas das discussões sinalizem cortes nas próximas reuniões.
Outro fator que contribuiu para o ânimo dos investidores foi telefonema entre os presidentes americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping.
Segundo Trump, a conversa sobre um possível acordo comercial entre os países foi "muito boa" e as negociações entre as equipes econômicas devem se iniciar antes do encontro dos líderes no G20.
A aproximação dos países levou as Bolsas americanas a ficarem muito próximas de seus recordes. O índice Dow Jones teve alta de 1,35%, a 26.465 pontos. S&P 500 subiu 0,97%, a 2.917 pontos e Nasdaq 1,39%, a 7.953 pontos. As máximas dos índices são 26.656, 8.164 e 2.945 pontos, respectivamente.
No Brasil, a alta do Ibovespa, maior índice acionário do país, foi impulsionada pela valorização de 5% do minério de ferro na China, que levou as ações da Vale a uma alta de 3,63%, a R$ 52,02.
Além disso, o relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), estuda rever o aumento de tributação sobre a B3 com a elevação da contribuição sobre lucro líquido (CSLL) prevista no projeto.
As ações da companhia, que caíram 6% desde sexta (14), se recuperam com a declaração de Moreira. Nesta terça elas subiram 7,35%, a R$ 37,94, maior alta do Ibovespa.
O índice teve alta de 1,82%, a 99.404 pontos. O giro financeiro foi de R$ 15,496 bilhões.