O secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel, discursou em Porto Alegre, na tarde desta terça-feira (9), em defesa da redução do que chamou de “gigantismo estatal”. Em palestra no 32º Fórum da Liberdade, no Centro de Eventos da PUCRS, Uebel prometeu trabalhar em busca de ações que corrijam “distorções” e diminuam gastos no ministério. Apesar de estar há cerca de cem dias no governo Jair Bolsonaro, o secretário pediu desculpas pela ineficiência do setor público ao longo das décadas no Brasil.
— Hoje, sou servidor. Gostaria de pedir desculpas a todos porque os servidores têm culpa pela situação do país. Infelizmente, vimos no Brasil o Estado crescer, com burocracia elevada. Nós, como servidores públicos, temos responsabilidade. Não aceito me furtar dessa responsabilidade — afirmou Uebel.
O Fórum da Liberdade é organizado anualmente pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE). Antes de rumar ao governo federal, Uebel foi presidente da entidade gaúcha em meados dos anos 2000.
— Combater a burocracia significa focar no cidadão. É melhorar a vida das pessoas. Se não fizermos isso, estaremos reproduzindo os mesmos problemas no país —acrescentou Uebel.
O secretário teve a companhia no painel do economista Marcos Lisboa, presidente do instituto Insper, e do empresário Carlos Jereissati Filho, presidente do Iguatemi Empresa de Shopping Centers.
Em sua manifestação, Lisboa analisou entraves que dificultam o desenvolvimento brasileiro. Segundo ele, o sistema tributário do país e a “regulação demasiada” do Estado em diferentes áreas explicam, em parte, a perda de competitividade da economia nacional.
— Até agora, não vi a agenda liberal (do governo). Privatizar empresas de gaveta não é. A agenda liberal de verdade é mais longa. Minha preocupação é com esta década. Teremos mais uma década perdida na economia? — questionou.
Diante da plateia, formada em grande parte por empresários gaúchos, Jereissati Filho pediu envolvimento da iniciativa privada no debate sobre os desafios que o país tem pela frente. Para o presidente do Iguatemi, a ação pode contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas de qualidade.
— Bons líderes não caem do céu. Na iniciativa privada, ninguém senta na cadeira para comandar uma empresa sem o preparo necessário — argumentou.