Enquanto a eleição para a Presidência da República se aproxima, o Brasil começa a sair de uma das piores crises de sua história. Após a recessão que fez o PIB encolher 7,1% em dois anos e criou mais de 14 milhões de desempregados, a economia tende a ser um dos pontos centrais dos debates até outubro.
Com as principais pré-candidaturas estabelecidas, ganha importância saber quem são e o que pensam os gurus econômicos dos postulantes ao Planalto.
Presidente do Insper, Marcos Lisboa é a referência para Rodrigo Maia (DEM). É formado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde também fez mestrado, e Ph.D. pela Universidade da Pensilvânia (EUA). De 1996 a 1998, foi professor-assistente no Departamento de Economia da Universidade de Stanford (EUA).
Passou ainda pela Fundação Getulio Vargas. Além da experiência acadêmica, atuou no governo federal e foi executivo de grandes bancos. De 2003 a 2005, no primeiro governo Lula, foi secretário de política econômica do Ministério da Fazenda.
Depois, entre 2005 e 2006, presidiu o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Apesar de ser a referência para Maia, não é ligado à candidatura do atual presidente da Câmara dos Deputados. Nos últimos meses, dialogou com outros postulantes ao Planalto e diz estar aberto a apresentar suas ideias a quem procurá-lo.
O que pensa
- Marcos Lisboa é um dos economistas que mais alertam para a necessidade de ajuste fiscal urgente no país – para ele, não poderia sequer esperar a eleição. O risco é de acontecer no Brasil um quadro semelhante ao do Rio, com falência dos serviços públicos e explosão da violência pela incapacidade de o governo ter dinheiro para questões básica.
- Sustenta que, sem ajuste fiscal duro, o resultado será volta da inflação, calote e necessidade de aumento de impostos.
- Avalia que a prioridade é a reforma da Previdência. Quanto mais demora, mais caro fica para o país. Outra discussão necessária é sobre os direitos adquiridos dos servidores públicos. Nesta frente, diz, seria preciso enfrentar as pressões das corporações, inclusive do Judiciário.