Depois de mergulhar em uma das piores recessões da história, que causou dois tombos anuais seguidos, a economia brasileira voltou a andar para a frente. Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 1%, informou na manhã desta quinta-feira (1º) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em grande parte, a retomada do crescimento é atribuída ao avanço colhido na agricultura, que teve safra recorde no ano passado.
Entre os três setores pesquisados, houve duas altas. A maior delas foi a da agropecuária, que subiu 13%, com destaque para a expansão nas produções de milho (55,2%) e soja (19,4%). Com o maior peso na composição do PIB, o setor de serviços teve leve alta de 0,3%, influenciado por comércio (1,8%) e atividades imobiliárias (1,1%). Já a indústria permaneceu estável em relação a 2016.
Por conta dos resultados, o PIB somou R$ 6,6 trilhões. Em 2015 e 2016, havia registrado duas quedas de 3,5%.
– A economia está em recuperação lenta. Desde o final de 2016, há uma reação, com números cada vez menos negativos. É um movimento que se manteve – sintetiza o economista Adalmir Marquetti, professor da PUCRS.
O IBGE também apontou que os investimentos realizados por empresas, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), seguiram no vermelho em 2017, com recuo de 1,8%, puxado pela construção. Por outro lado, o consumo das famílias apresentou reação, com crescimento de 1%. A alta, diz o instituto, pode ser explicada por fatores como inflação e juro básico em baixa e melhora nas condições de crédito.
Além disso, as exportações de bens e serviços subiram 5,2%, e as importações, 5%.
– Apesar de tímida, houve reação depois da tragédia que atingiu a economia. A retomada reverte um processo muito difícil no país. A agricultura puxou o crescimento, e o comércio e a indústria conseguiram encerrar o quadro de quedas – resume o economista Mauro Rochlin, professor de MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Avanço no quarto trimestre
O IBGE ainda divulgou que, na série com ajuste sazonal, o PIB teve alta de 0,1% no quarto trimestre de 2017, em relação aos três meses imediatamente anteriores. Foi o quarto resultado positivo seguido nessa base de comparação. Indústria (0,5%) e serviços (0,2%) ficaram no azul, e agropecuária, estável.