Apesar de ser visto como tímido por analistas, o crescimento de 1% da economia brasileira no ano passado, que interrompeu dois tombos consecutivos, alimenta o sentimento de otimismo para 2018. Entre especialistas, a avaliação é de que indicadores como o consumo das famílias, que voltou a crescer após dois anos, terá nova alta e dará impulso a uma reação mais consistente do Produto Interno Bruto (PIB) até dezembro.
– Acredito que a economia crescerá em torno de 2% em 2018, o que ainda é pouco para um país como o Brasil – estima o economista Adalmir Marquetti, professor da PUCRS. – A tendência é de que o consumo das famílias tenha novo avanço, já que o mercado de trabalho apresentou sinais positivos, mesmo em razão da abertura de empregos de menor qualidade – acrescenta.
Em 2017, a retomada do crescimento econômico foi impulsionada pelo desempenho brotado na agricultura, que teve safra recorde no país.
Para o economista Mauro Rochlin, professor de MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV), um sinal promissor para 2018 é o fato de o PIB ter subido 2,1% no quarto trimestre de 2017 ante igual período do ano anterior.
– Esse é o dado mais notável – sublinha Rochlin.
Por outro lado, o economista afirma que um fator que pode frear a reação nos próximos meses. Segundo Rochlin, incertezas relacionadas às eleições de outubro representam ameaças à retomada de investimentos de empresas no país.
– Há um problema fiscal no Brasil. Se aparecer um candidato à Presidência que diga que não fará ajustes fiscais, isso pesará nas decisões do setor privado – comenta.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta quinta-feira (1º), os recursos investidos por empresas para aumento de produção, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), tiveram recuo de 1,8% em 2017, o quarto em sequência.
Apesar da queda anual, o indicador registrou sinais positivos. No quarto trimestre, teve avanço de 2% frente aos três meses imediatamente anteriores e de 3,8% na comparação com igual período de 2016.