Depois de um ano de estagnação e dois de queda profunda, o aumento modesto de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) sepulta a recessão no Brasil. O fim do ciclo de queda na geração de riqueza no país havia sido anunciado por um comitê independente em outubro, como a coluna registrou. Mas o dado oficial carimba a observação técnica de maneira definitiva.
É importante observar que deixar a recessão para trás não significa redenção. O país segue mergulhado em crises múltiplas, inclusive econômica, como ficou evidenciado na piora do desemprego registrada na quarta-feira (28). Mas o pior ficou para trás.
Todos os indicadores, menos o desemprego, mostram avanço.
O dado mais preocupante não está no retrovisor, mas em um indicador da qualidade da pavimentação do futuro. O termômetro de investimento contido no item Formação Bruta de Capital Fixo segue mergulhado no vermelho. Isso não significa que inexiste investimento, apenas que segue em queda, ou seja, ainda não foi alcançado pela reação. O recuo foi de 1,8% em relação a 2016.
Assim como o desemprego, o investimento consta nos manuais de economia como um dos últimos vagões do crescimento. É previsível que se comporte assim. Ajuda a explicar a baixa velocidade da retomada. O ritmo da saída da recessão permite voltar a utilizar capacidade instalada, mas como as empresas estavam operando muito abaixo de seu potencial, ainda não estão sendo pressionadas a investir para dar conta da demanda. Para embarcar na recuperação, emprego e investimento precisam ganhar velocidade. Ainda vai levar um tempo.