A reação do consumo, beneficiada pelo ciclo de inflação e juro em baixa, deverá puxar o crescimento da economia nacional em 2018. A avaliação é da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), que projeta avanço de 2,8% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no próximo ano. A entidade apresentou as estimativas nesta terça-feira (12), em Porto Alegre, durante divulgação de balanço anual.
– Com inflação em queda e juro baixo, a tendência é de que as pessoas sigam comprando mais. Não projetamos crescimento puxado por investimentos, porque ainda há grande capacidade ociosa nas fábricas – analisou o consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal.
Para o PIB gaúcho, a previsão é de avanço menor, de 1,9%, em 2018. Conforme a entidade, a economia do Estado deverá se beneficiar das altas previstas de 3% no comércio e de 2,5% em serviços.
– A crise passou, mas deixou suas consequências. A situação começou a melhorar, mas não o suficiente para ser sentida nas contas bancárias das empresas e no bolso da população – ponderou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Na visão do dirigente, a recuperação da economia deverá ser estimulada por medidas adotadas pelo governo federal. Bohn elogiou a aprovação da PEC do teto dos gastos públicos e da reforma trabalhista no Congresso. Em sua manifestação, ainda defendeu mudanças no sistema de aposentadorias.
– Apoiamos e torcemos pela aprovação da reforma da Previdência – frisou.
A projeção da Fecomércio-RS é de que a inflação – medida no país pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – suba a 4,6% em 2018. Mesmo se a estimativa se confirmar, o indicador ficará próximo à marca perseguida pelo Banco Central (BC), cujo centro é de 4,5%, podendo variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
– Provavelmente, haverá recuperação dos preços dos alimentos, que caíram muito em 2017. Assim, a inflação deverá ficar próximo do centro da meta – explicou Portugal.
Por conta da leve alta no IPCA, a entidade prevê que o BC deverá elevar a taxa básica de juro a 8% no próximo ano. Hoje, a Selic está em 7%, o menor patamar já registrado pelo Banco Central.
Segundo a Fecomércio-RS, o principal fator que pode reprimir a recuperação da economia é a incerteza ligada às eleições presidenciais de 2018.
– Precisaremos de uma campanha que não tivemos em 2014. Na época, nenhum candidato discutiu a questão fiscal do país. Torcemos para que o bom senso prevaleça – acrescentou Portugal.
Projeções para 2018
PIB brasileiro
2,8%
PIB gaúcho
1,9%
Inflação
4,6%
Taxa de juro
8%
Câmbio
R$ 3,45
Comércio no RS
3%
Serviços no RS
2,5%
Fonte: Fecomércio-RS