A leve alta do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre sinaliza que, apesar de lenta, a retomada da economia é consistente no país, apontam especialistas. Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (1º), o PIB avançou 0,1% em relação aos três meses imediatamente anteriores. Foi o terceiro crescimento seguido nessa base de comparação.
Dos três setores pesquisados, dois subiram em relação ao período de abril a junho. A indústria cresceu 0,8%, e serviços teve alta de 0,6%. No sentido contrário, a agropecuária caiu 3%.
– O avanço de 0,1% veio em linha com o que era esperado. A agropecuária havia crescido muito no começo do ano, por conta da supersafra, distorcendo um pouco a leitura do PIB nos primeiros meses de 2017. Hoje, vemos retomada mais difundida entre os setores – avalia o pesquisador Julio Mereb, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).
Professor de Economia da UFRGS, Marcelo Portugal afirma que a alta de 0,1% confirma a tese de que a atividade deixou o fundo do poço e está em reação lenta. Para os próximos trimestres, o especialista projeta que o crescimento do PIB siga em nível similar.
– O cenário deve continuar melhorando como um todo. É um movimento espraiado. O juro e a inflação estão em baixa. Sem surpresas, o consumo deve seguir em alta. A indústria está melhorando por conta das exportações – sublinha Portugal.
No terceiro trimestre, a formação bruta de capital fixo, um termômetro dos investimentos realizados por empresas no país, avançou 1,6% em relação aos três meses imediatamente anteriores. Nessa base de comparação, foi a primeira alta desde 2013, após 15 trimestres.
O consumo das famílias também ficou no terreno positivo, com avanço de 1,2%. Nessa base de comparação, foi a terceira alta seguida.