O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,31% em maio e registrou a menor variação para o mês desde 2007, quando ficou em 0,28%. Os números foram divulgados, nesta sexta-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa acumulada pelo IPCA no ano foi de 1,42% até maio. Já o acumulado nos 12 meses até maio de 2016, de 3,6%, é a taxa mais baixa desde maio de 2007, quando o acumulado foi de 3,18%.
Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a última vez que a taxa em 12 meses do IPCA ficou na casa dos 3% foi em julho de 2007.
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O aumento de 8,98% nas contas de luz teve o maior impacto de alta no IPCA de maio, acrescentando 0,29 ponto porcentual ao indicador. Com isso, o grupo Habitação avançou 2,14% no IPCA de maio, maior impacto na elevação.
Embora a energia elétrica tenha sido, sozinha, responsável pela aceleração do IPCA de 0,14% em abril para 0,31% em maio, a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, destacou que essa pressão é pontual.
– Foi um fato que fez reverter o que tinha acontecido no mês anterior – disse Eulina.
Em abril, a energia elétrica puxou o IPCA para baixo, por causa da devolução, nas contas de luz, de cobrança indevida referente ao custo da energia da usina nuclear Angra 3, ainda em construção.
– Assim como puxou pra baixo (em abril), puxou pra cima (em maio) – disse Eulina, destacando o efeito da base de comparação.
A pesquisadora citou a demanda em queda e a supersafra de grãos como motivos para manter a inflação comportada.
– A demanda está segurando fortemente os preços. São 14 milhões de desempregados – afirmou Eulina, lembrando que as projeções apontam para uma safra "imensa" em 2017.