Determinados a obter uma solução para duas questões que envolvem crédito fundiário, cerca de 400 produtores ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS) ocuparam o prédio onde funciona a delegacia federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em Porto Alegre. Estão preparados para permanecer no local até sexta-feira, garante o presidente da entidade, Elton Weber.
Querem resolver pendências que estão dificultando compra de áreas e que se refletiram no baixo número de contratos firmados até o momento neste ano: 87. Alterações nas regras do programa de crédito fundiário - capitaneado pelo MDA e operado pelo Banco do Brasil (BB) - fizeram o sistema ficar suspenso por oito meses.
- Isso fez com que pessoas perdessem negócios, tivessem de arrendar propriedades - diz Weber.
Além disso, um grupo de 5 mil agricultores, segundo a Fetag, não consegue colocar em prática a renegociação de dívidas - relativas ao mesmo crédito fundiário - já autorizada. Como efeito cascata, há dificuldade para tomar os recursos necessários para financiar as safras.
A origem do problema é a mesma: as novas regras definidas por normativas precisam ser ajustadas pelo banco, e é isso que está levando tempo. Por enquanto, segundo o BB, a análise dos processos é feita individualmente.
Mudanças positivas e importantes foram feitas nessas alterações - que valem para os contratos antigos -, como redução de juro, prorrogação de prazos e ampliação dos limites, explica o delegado do MDA no Estado, Marcos Regelin. Foi com ele que o grupo se reuniu para apresentar as reivindicações - também encaminhadas ao BB.
Uma das solicitações é para que o ministro Pepe Vargas, com agenda no Estado na sexta-feira, negocie a questão.
É preciso sentar à mesa, porque para produzir, o agricultor - de qualquer tamanho - precisa de terra. E vale lembrar que 70% da produção de alimentos no país vem justamente das propriedades familiares.