De acordo com o Anuário Estatístico da Agricultura Familiar, divulgado em 2023 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a agricultura familiar é a oitava maior produtora de alimentos do mundo.
Com uma colocação tão importante, as produções dos pequenos produtores do Estado ganham cada vez mais destaque dentro da Expodireto Cotrijal: o Pavilhão da Agricultura Familiar é sempre um dos mais concorridos pelos visitantes.
Nesta edição, que acontece entre 4 e 8 de março, em Não-Me-Toque, no norte do RS, serão 192 estandes dedicados às principais produções dos empreendedores rurais gaúchos, entre produtos alimentícios, flores, plantas e artesanatos, segundo o superintendente de Produção Vegetal da Cooperativa Agropecuária e Industrial de Não-Me-Toque (Cotrijal), Gelson Melo de Lima.
— Procuramos, junto com a comissão organizadora da feira, diversificar os expositores a cada edição, para dar oportunidade para o maior número possível. O pavilhão é um sucesso e o público se faz presente também pelo apelo às suas origens rurais — explica.
A qualidade dos produtos oferecidos, como pães, embutidos, geleias, vinhos e iogurtes, é fruto de um cuidado não apenas das famílias, mas dos órgãos responsáveis pelo acompanhamento, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS).
Para Lima, os visitantes sabem que há uma garantia da procedência e dos processos de fabricação e investem cada vez mais nos produtos da agricultura familiar. Em 2023, o pavilhão bateu recorde de comercialização, totalizando R$ 2,5 milhões, e as expectativas para 2024 são altas:
— O pavilhão é uma amostra muito significativa do quanto a pequena propriedade pode ter um adensamento econômico maior agregando valor aos seus produtos. A previsão é de que as vendas durante a feira cheguem ao dobro do valor do ano passado.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, destaca a forte presença feminina e também a força da nova geração de pequenos produtores.
— São 229 empreendimentos no pavilhão. Desses, 138 são conduzidos por mulheres e 76 comandados por jovens. Também teremos a estreia de 47 expositores. Entre as novidades, está o resgate de produtos criados pelos nossos antepassados, como a carne de lata — comenta.
A potência da sustentabilidade também tem destaque. Mais que uma tendência mundial, investir em técnicas que respeitem o meio ambiente é pré-requisito para os produtores que querem seguir crescendo no mercado.
— É muito bonito ver o produtor se desenvolvendo e cuidando do meio ambiente. O pavilhão é pequeno, mas o impacto que essas famílias geram, desenvolvendo o seu negócio e cuidando da natureza, é muito gratificante — finaliza Lima