O Ministério da Economia estuda liberar dinheiro de contas ativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para impulsionar a economia brasileira, afirmou o ministro Paulo Guedes nesta quinta-feira (30). No final de 2016, o governo de Michel Temer decidiu liberar recursos de contas inativas do FGTS para injetar fôlego na economia, em recessão. Agora, a ideia de Guedes é permitir também acesso ao dinheiro de contas ativas, vinculadas a trabalhadores com contratos ativos.
— Vamos liberar PIS/Pasep, FGTS, assim que saírem as reformas — afirmou o ministro.
Questionado se a liberação incluiria contas ativas, o ministro confirmou:
— Inativas e ativas. Cada equipe está examinando isso. Nós não batemos o martelo ainda, mas todas as equipes estão examinando isso.
Para Guedes, são medidas que ajudam a economia, mas que têm que ser adotadas após a aprovação da reforma da Previdência, com a qual o governo busca equilibrar as contas públicas.
— Ajuda (a economia). O problema é que se você abre essas torneiras sem as mudanças fundamentais, é o voo da galinha. Você voa três, quatro meses porque liberou, depois afunda tudo outra vez. Mas na hora que você fizer as reformas fundamentais, e aí sim você libera isso, é como se fosse a chupeta de bateria. A bateria está parada, você dá a chupeta, mas tem a certeza de que o carro vai andar.
Guedes afirmou que os anúncios devem ser feitos nas próximas "três, quatro semanas". Ele disse que a liberação dos recursos de PIS/Pasep está "pronta para disparar".
— Gostaríamos de disparar hoje, mas aí fomos examinar também o FGTS, que atrasou um pouco o PIS/Pasep, para soltar junto.
Guedes não descartou que o governo faça um esforço para ajudar os donos de contas inativas a buscarem o dinheiro. Em 2017, as retiradas das contas inativas do FGTS somaram R$ 44 bilhões. O ministro afirmou ainda que o governo trabalha para fechar acordos com a Argentina e com a União Europeia nas próximas semanas.
— Se sair em cinco semanas, sai depois da reforma da Previdência. Se sair em duas semanas, sai antes da reforma.