O setor imobiliário brasileiro está animado com as medidas do Banco Central (BC) para estimular os financiamentos de imóveis com o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). As novidades anunciadas pelo governo federal na terça-feira (31) passam a valer a partir de janeiro do próximo ano, mas já é possível projetar movimentação no mercado em Porto Alegre.
Além de elevar o valor de financiamento de imóveis com recursos do FGTS para R$ 1,5 milhão em todo Brasil, o BC também promete incentivos aos bancos que financiarem imóveis novos de até R$ 500 mil. De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), é a tentativa de contemplar aquela parcela de habitações que não se enquadram mais no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Em Porto Alegre, o valor máximo para imóveis financiados com recursos do FGTS é de R$ 215 mil dentro do MCMV. Ou seja, as novas regras poderão mudar os planos de quem tem saldo no Fundo e mira imóveis residenciais avaliados entre R$ 215 mil e R$ 500 mil.
O Sindicato da Habitação do RS (Secovi-RS) mantém pesquisa regular do mercado na Capital, monitorando cerca de 12 mil imóveis. E 42,40% deles estão nessa faixa. A procura por essas casas e apartamentos pode aumentar em 2019, prevê o sindicato.
– É claro que um aumento na procura poderia provocar inflação nos preços. Mas existe oferta suficiente para essa busca, e as medidas ainda podem estimular a construção de outros prédios. O aumento no teto para até R$ 1,5 milhão vale para imóveis novos – avalia o presidente do Secovi-RS, Moacyr Schukster.
Uma análise desses imóveis revela que casas nessa faixa são raras. Na lista do Secovi-RS, nos bairros com mais de 50 unidades à venda, somente há casas no Aberta dos Morros (60 residências com três dormitórios). Depois, dominam os apartamentos de dois quartos, sendo o bairro Petrópolis aquele que concentra maior quantidade – 162 unidades entre R$ 215 mil a R$ 500 mil. Em seguida, estão os bairros Centro (153), Menino Deus (127) e Cristal (110).
Mas até 31 de dezembro deste ano, segue a regra atual: teto de R$ 950 mil para São Paulo, Rio, Brasília e Belo Horizonte e de R$ 800 mil os demais Estados, como o Rio Grande do Sul. O Sistema Financeiro de Habitação (SFH) oferece juros mais baixos, até 12% ao ano, e o cliente pode usar recursos do FGTS para dar entrada no imóvel ou amortizar o saldo devedor – confira neste link todas as possibilidades.