Período de final de ano, primeira parcela do 13º salário e Black Friday chegando, lojas em temporada de descontos e condições tentadoras para atrair os clientes. Eis um ambiente propício para se gastar mais do que se deve e se deixar levar pela euforia para compras que talvez não sejam tão boas assim.
O advogado especialista em Direito do Consumidor Mauricio Lewkowicz explica como evitar frias na hora das compras:
Quais são as "pegadinhas" que podem ocorrer no comércio neste período do ano?
No final do ano, as empresas tentam aumentar a meta das vendas e o consumidor está com dinheiro no bolso, então, os riscos de fechar maus negócios aumentam. É preciso cuidar principalmente as falsas ofertas, os descontos mirabolantes, aquelas ofertas que jogam o preço para cima para depois baixar. Por isso, é importante guardar os encartes ou anúncios de semanas anteriores e desconfiar de descontos exagerados. Também é importante acompanhar sites e aplicativos que comparam e noticiam variações de preços.
Quais são os setores mais problemáticos?
Principalmente telefonia, com promoções de celular, combos promocionais, descontos na compra de aparelho. Há muitas reclamações de que o preço do celular é muito maior neste final de ano e, mesmo assim, se anuncia que é promocional. Outro campo propício a golpes é a internet, com muitas promoções duvidosas, prazos de entrega não cumpridos e sites fraudulentos que acabam direcionando o consumidor para algum tipo de golpe.
Como deve proceder quem se sentir enganado?
O primeiro passo é procurar a própria loja, tentar resolver com quem vendeu. Se não resolver, deve-se buscar apoio do Procon e, por último, recorrer à Justiça. É importante guardar todos os comprovantes de pagamento, contratos e garantias. A sugestão também é que a pessoa não deixe de pagar, mesmo que tenha havido problema na compra, para evitar complicações com SPC e Serasa. Isso vale para atraso na entrega de mercadorias, que também se torna comum nesta época de muita demanda.