Falar sobre a sexualidade feminina, infelizmente, ainda é visto como tabu em muitos lugares. Pensando em levantar a discussão sobre o assunto, e também aproveitando o embalo do Dia do Sexo, celebrado nesta segunda-feira (6), reunimos cinco famosas que abriram o jogo sobre temas como masturbação, prazer na penetração e uso de vibradores em entrevistas recentes. Afinal, sexo é natural - e saudável. Confira:
Em um papo sincero publicado no canal do YouTube de Sabrina Sato, a apresentadora falou da importância de conhecer o próprio corpo na busca por prazer e revelou que já usou brinquedos sexuais como o vibrador:
— A maturidade traz a segurança. Me sinto melhor hoje emocionalmente, intelectualmente e sexualmente. É você se conhecer. O autoconhecimento passa pelo vibrador, passa por falar disso (de sexualidade). Você tem que se tocar, se sentir. Homem faz muito, desde cedo.
Angélica também comentou o quanto a masturbação feminina ainda é um tabu - diferentemente do que ocorre com os homens:
— É uma coisa que o homem faz muito desde cedo. Anatomicamente, facilita para eles. Esse tabu que se criou de, "fecha a perna, se cobre", deixou tudo para dentro, travado — afirmou. — Hoje falamos tanto de empoderamento feminino e é fundamental falar (sobre sexualidade). O patriarcado bomba em cima da gente, homens ganhando mais, o machismo bombando nas empresas. Ainda existe muito isso.
Por fim, ainda comentou como os chamados "toys" podem auxiliar, inclusive, na vida sexual de um casal:
— Isso tudo faz parte desse conhecimento. O vibrador e todas as outras formas de se conhecer são importantes. São ferramentas fundamentais, até para o casal, para o relacionamento a dois. O vibrador pode ser um aliado.
Na época em que estava grávida de Benjamin, seu primeiro filho com o músico Tomás Bertoni, a gaúcha abriu o jogo sobre sexo na gravidez. Ela relatou detalhes da reta final da gestação em entrevista ao Gshow e, ao falar sobre libido, contou que teve o "melhor momento sexual" de sua vida durante o período.
— Tive vários momentos na minha libido ao longo da gravidez. (...) No segundo trimestre, foi muito gostoso. Acho que foi o melhor momento sexual da minha vida, porque a gente ressignifica muita coisa. A energia que rola ali é outra, para mim foi bem especial mesmo e aproveitei bastante — relatou.
O momento, entretanto, não durou até o final da gestação, segundo Titi, mas a intimidade do casal se deu de outras formas:
— Com a barriga crescendo e falta de ar, tudo fica mais complicado. Passo o dia inteiro me arrastando pela casa, isso não desperta nem a minha libido e nem a dele. Mas é bom que dá para focar bastante em outras coisas: muito cafuné, muitos beijos, muitos abraços. Estamos nos conectando de outras formas. Sei que no final da gravidez está todo mundo recomendando que eu transe muito, mas não sei quem são essas grávidas que, com nove meses, conseguem performar. Eu com certeza não — falou ela.
Em julho do ano passado, a atriz participou de uma conversa em vídeo sobre prazer feminino com a ex-BBB e ginecologista Marcela Mc Gowan e com a cantora Karol Conka para a estreia da série "Liberdade Vem de Dentro", do canal GNT. No bate-papo, revelou que teve dificuldade para chegar ao orgasmo com penetração.
— Meu orgasmo vinha mais fácil pelo estímulo do clitóris. Precisei de alguns anos nessa caminhada. Mas consegui me descobrir, descobrir uma fórmula de ser possível também pela penetração — contou ela.
— É bem comum, né? Para nós, mulheres, é muito mais fácil pelo estímulo externo, estímulo de clitóris. E acho que demora um tempo para a gente entender como associar isso para ser possível em outras formas de se relacionar, como na penetração — comentou em seguida Marcela.
Deborah contou ainda que se masturba com frequência e em momentos sem o marido, Hugo Moura.
— Às vezes, dá vontade de um momento meu. É sempre delicioso.
Antes de sua polêmica participação no Big Brother Brasil 21, a cantora participou de uma live realizada pela marca Intimus para debater os estigmas relacionados à região íntima feminina com a atriz Klara Castanho e a modelo Letticia Munniz. Ao falar sobre masturbação, Karol revelou que começou a prática quando ainda era virgem.
— Foi a melhor coisa, quando comecei minha vida sexual já sabia onde eu sentia mais prazer. Masturbação é algo mágico para se autoconhecer. Incentiva minha criatividade, alivia o estresse, além de ficarmos mais aliviadas e bem resolvidas — relatou a cantora.
Ao longo da conversa, as artistas também refletiram sobre sua relação com a estética da vagina.
— Tenho uma relação saudável com a minha vagina. Gosto de cuidar da pele da minha vulva para que ela fique hidratada. Aliás, adoro ficar sem calcinha, durmo sem. Depois que descobri em uma consulta ginecológica que faz bem, não uso mais — disse Karol.
Já no papo com Deborah Secco e Marcela Mc Gowan mencionado anteriormente, a rapper contou que tem facilidade em ter orgasmos tanto com homens quanto com mulheres.
— Para mim, orgasmo é sentir tudo que é uma delícia, é o seu corpo ficar livre, sentir os pelinhos do braço arrepiados e se sentir bela e acariciada — refletiu.
Por fim, Karol afirmou que perde a vontade "quando homem diz que sabe fazer algo e não faz", e quando o parceiro força a cabeça para baixo para pedir sexo oral.
Também em participação no quadro "Cada Um No Seu Banheiro", no canal do Youtube da apresentadora Sabrina Sato, a atriz e humorista levantou um tema importante: a libido da mulher após dar à luz. Mônica relembrou, em vídeo publicado no ano passado, como foi a primeira vez que fez sexo após o parto de Júlia, sua filha hoje com 11 anos.
— Foi horrível. Se pudesse voltar atrás, jamais teria transado. Foram, sei lá, 15 dias depois, o mínimo. Lembro que fui ao médico e ele disse que eu estava liberada, mas queria dizer: não estou liberada, não estou sentindo dentro de mim vontade nenhuma. Estou amamentando, estou com o peito cheio de leite. Como assim estou liberada? Me desesperei. E, dentro dessa sociedade machista, o que a gente faz? — questionou ela.
— Acha que é obrigada — opinou Sabrina.
Mônica concordou e acrescentou:
— Ah, ele vai achar outra mulher na rua, se não fizer ele vai ter amante. Isso as mulheres falam, as amigas falam. Hoje não penso mais assim. Se pudesse voltar atrás, sentaria e falaria: olha só, você é pai igual, como sou mãe. Minha libido está zero. A gente tem que segurar a onda juntos — garantiu. — Transei sem vontade nenhuma, e olha que sou uma mulher que faço tudo o que quero, quando eu quero. Nunca me obriguei a nada.
Em outro momento da conversa, Mônica também revelou que já propôs fetiches seus para o namorado.
— A mulher tem muita vergonha de falar as fantasias para o parceiro, porque como a gente é sempre muito julgada, a mulher que fala de prazer, que fala de sacanagem... Lá no fundinho, a gente, que foi criada dentro desse padrão, todas nós, mulheres brasileiras, nessa estrutura machista, a gente carrega isso um pouquinho. Mas eu acho que é uma libertação a gente poder trazer os nossos parceiros para os nossos fetiches, dividir com eles fantasias. Por exemplo, vibrador feminino é uma coisa que eu amo. Eu amo sozinha, junto com o namorado, amo para tudo — contou.