A discussão sobre relacionamentos abusivos tem ganhado cada vez mais espaço entre as mulheres. Relações tóxicas, que tem como base a violência psicológica (quando não evoluem para a física), são a realidade de muitas, inclusive famosas.
Selecionamos cinco delas que falaram publicamente sobre suas próprias experiências e trouxeram o debate à tona a fim de alertar outras mulheres a saírem desse tipo de relacionamento. Confira:
A atriz relatou ter sido vítima de estupro conjugal em um antigo relacionamento, descrito por ela como abusivo, em uma carta aberta publicada na revista Claudia nesta terça-feira (30). No início do texto, ela relata que, quando conheceu o então namorado, achou que ele era o "homem perfeito". Porém, logo no primeiro encontro, algo não pareceu certo.
"Lembro de ter sido surpreendida pela força. Fui jogada na cama. Tentei beijá-lo para acalmar um pouco aquela afobação toda, mas de nada adiantou. Segundos depois, minha roupa já tinha sido arrancada. Ele tirava as calças com uma velocidade absurda e, antes que eu pudesse pensar em reagir, fui penetrada. Tudo acabou tão rápido como tinha começado", relatou.
Na época, Julia relata que não entendeu a gravidade do que tinha acontecido, e se convenceu de que tudo "iria se ajeitar, que só havia sido um início conturbado".
"Eu, já isolada da minha família, afastada dos meus amigos, com dívidas de empréstimos para pagar nossas contas sempre feitos no meu nome, aprendi a ceder. Se eu não cumprisse meu dever de mulher, ele me deixaria. Eu cumpriria meu dever de mulher, por medo. Medo de ficar sozinha", escreveu.
A ficha de que havia sido vítima de uma violência sexual só caiu anos depois do relacionamento acabar.
"Só fui entender anos depois do término desse relacionamento que essa coação psicológica que sofria para ceder meu corpo a esse homem se chama estupro conjugal, e é um dos principais tipos de violência doméstica sofrida por mulheres, que muitas vezes são incapazes de reconhecer a violação", escreveu ela.
A atriz bateu um papo com a também atriz Samara Felippo sobre carreira, feminismo e vida pessoal em uma transmissão ao vivo via Instagram. Durante a live, Fernanda, sem citar nomes, revelou que viveu um relacionamento abusivo por oito anos, e que só percebeu um tempo depois ao ouvir relatos de outras mulheres e se identificar com a situação:
— Em 2015, foi com a #MeuPrimeiroAbuso, no Facebook, que percebi que vivi um casamento abusivo por oito anos. Quem me despertou foram outras mulheres — contou. — Casei com 21 anos e separei aos 28. Tive muito da minha juventude anulada.
Atualmente com 36 anos, a atriz é casada com o diretor José Roberto Jardim. Antes, ela teve um casamento com o ator Gabriel Gracindo.
A cantora, de 25 anos, revelou que já foi vítima de um relacionamento abusivo no passado durante uma uma live transmitida no Instagram com a revista Quem no final de junho.
— Acho que são feridas que nunca vão cicatrizar. Quando penso no que passei, penso que outras pessoas estão passando igual. Eu consegui sobreviver, tocar a minha vida. Tudo o que perdi, o que me foi tirado à força, consegui reconquistar, e muito mais Deus me deu – começou ela, que disse ter tido apoio da família e dos amigos para superar, mas reconhece que muitas mulheres não têm o mesmo amparo.
Emocionada, ela fez questão de trazer o assunto durante o bate-papo como uma forma de incentivar as mulheres a identificarem comportamentos abusivos.
— Quando eu digo que as mulheres não devem tolerar machismo, que não devem baixar a cabeça para ninguém, que precisam ter força para poder deixar um relacionamento tóxico, é porque você pode, eu pude! – afirmou ela, que ficou solteira três anos após a relação e hoje é casada com Ronan Souza.
A atriz e comediante falou sobre o assunto durante uma live em seu Instagram em parceria com a revista Marie Claire no final de maio. Durante a conversa, abriu detalhes do seu antigo casamento, que terminou em 2008, e contou que vivia em um relacionamento abusivo.
— A gente tem uma tendência a achar que um relacionamento só é abusivo se tem agressão física, mas quando a violência é psicológica é muito mais fácil você negligenciar. A mulher foi criada com essas ideias de ter que ser paciente. "Ele é menino, ele vai aprender, ele faz isso porque ele te ama" — disse ela. — Nem todo relacionamento abusivo evolui para uma agressão física, mas se chegou a esse ponto já existia uma violência psicológica que foi negligenciada.
A atriz contou ainda que, por causa do então marido, se afastou de muitos amigos, o que pode ser um dos indicadores de uma relação abusiva. Mariana também destacou três sentimentos que devem servir para ligar o alerta da toxicidade de uma relação: medo, humilhação e vergonha.
— Se você começa editar suas histórias para contar para a família ou amigos, para "não pensarem mal dele", acenda um sinal de alerta.
A influenciadora, que até então afirmava manter uma relação de amizade com o ex-marido, o ator Arthur Aguiar, fez um vídeo de desabafo na semana passada, contando o outro lado da história.
— Eu vivi um relacionamento abusivo e manipulador, no qual eu era extremamente traída, por muitos anos — começou ela. — Fiz de tudo para ele se sentir mais homem. Talvez, para se sentir mais homem, ele tenha me traído tanto. Pode ser. Me responsabilizei pelas traições dele. Quando eu menos percebi, eu já havia deixado de ser eu. As pessoas não me reconheciam.
Os dois são pais de Sofia, de um ano. Mayra ainda contou que Arthur não quis contratar uma babá para ajudar na criação da filha, e ela concordou com a decisão, embora não tenha tido ajuda dele.
— Eu criei a nossa filha sozinha, sem ele e sem babá. Eu estourei todos os meus pontos da gravidez porque de madrugada eu tinha que levantar para trocar, dar de mamá, enquanto ele assistia série lá embaixo no sofá. Comecei a me sentir muito largada, muito humilhada — desabafou.