Gaúcha natural de Vale Real, na serra gaúcha, Marthina Brandt brilhou no Miss Brasil 2015, levou a coroa para casa e representou o país no Miss Universo, no qual foi classificada entre as 15 finalistas. Hoje, aos 28 anos, mora em São Paulo, onde atua como terapeuta e coach profissional.
Marthina conta que, cinco anos após o concurso, é reconhecida por causa da competição:
— É muito gostoso receber o carinho das pessoas, mesmo já tendo passado cinco anos. As lembranças são as melhores — conta ela. — Aprendi muito como pessoa. O concurso de Miss me humanizou mais ainda. Me considero mais empática e humilde em função do Miss.
Os concursos de beleza têm, cada vez mais, buscado aumentar a representatividade entre suas participantes. Um exemplo dessa mudança foi Angela Ponce, mulher transsexual que ganhou o Miss Espanha 2018. Para Marthina, "toda forma de inclusão é válida".
— Se elas se sentem mulheres, e o regulamento permite, acho válido participarem. Estamos vivendo um momento de muita diversidade e sou a favor do livre-arbítrio. Cada um sabe de si e o que faz bem ou não. Cabe a todos aceitarem uns aos outros como são, e fico feliz que a moda e que concursos de beleza estejam dando espaço a isso — opina.
Ao lembrar sua participação no Miss Universo, ela descreve como "a experiência com maior adrenalina" que já viveu.
— Mesmo tendo passado cinco anos, praticamente todos os dias, algum perfil no Instagram ou pessoa fora do Brasil me marca em publicações. Acredito que essa semente que plantei nas pessoas, esse carinho que recebo, é muito melhor do que um título em si — afirma ela.
Sou uma pessoa supermotivada. Poder impactar as pessoas através da minha história e do que aprendi é muito gratificante.
Marthina participou do Miss quando as redes sociais já eram populares. Com mais de 198 mil seguidores em seu perfil do Instagram, garante que nunca teve problemas em se expor, mas que hoje sente mais tranquilidade ao falar sobre sua vida pessoal na internet:
— Confesso que, por muito tempo, barrava muito a exposição da minha vida pessoal, algo que hoje pra mim não é mais tema. Quando quero postar meu relacionamento ou família, posto. Aprendi a lidar com isso — garante.
Desistir? Jamais
Pouca gente sabe, mas Marthina também participou do Miss Grande do Sul 2012, vencido por Gabriela Markus, e, na época, não chegou a figurar entre as finalistas do concurso. Para ela, a derrota foi combustível para que buscasse melhorar - o que a fez conquistar o título três anos depois.
— Entendi perfeitamente que não estava preparada no momento. Acredito que poderia ter ido um pouco mais longe e, obviamente, isso me deixou chateada. Mas, para vencer, sabia que ainda não era o momento — diz ela. — Me superar foi o que me deu gás durante três anos para que eu pudesse voltar e, aí sim, mostrar o meu melhor.
Novo foco profissional
Antes de se dedicar aos concursos de beleza, Marthina estudava Direito. Hoje, diz que a profissão jurídica não cabe mais em seu novo estilo de vida. Sua nova carreira é como "terapeuta e coach profissional", e tem como propósito "impactar positivamente o maior número de pessoas que conseguir".
— Sou uma pessoa supermotivada. Poder impactar as pessoas através da minha história e do que aprendi é muito gratificante. Faço algumas palestras e atendo no "consultório" também. Ajudo pessoas nos seus planejamentos e a conquistarem os seus objetivos, extraindo sempre o melhor de cada um e olhando com carinho e cuidado os pontos não tão positivos — explica.
Mudança para São Paulo
A gaúcha se mudou há tempos para São Paulo, mesmo antes de concorrer ao Miss Rio Grande do Sul, em razão do trabalho de modelo. Após o concurso gaúcho, chegou a morar três meses em Porto Alegre, mas voltou ao estado paulista com a conquista do Miss Brasil - e não pretende voltar.
— São Paulo é onde tudo acontece quando se fala de moda. Amo o meu Estado, fico sempre muito feliz em visitar meus amigos e familiares, mas é bem provável que continue escrevendo a minha história por aqui — relata.
Mesmo longe da terra natal, ela garante:
— Não largo o meu chimarrão e meu pinhão por nada!
Confinamento
Durante o período de distanciamento social, Marthina tem aproveitado o tempo a mais em casa para desacelerar e produzir de forma mais saudável.
— Eu já vinha em um processo de mudança, e a quarentena potencializou essa fase. Estou estudando muito e tendo um tempo para mim que antes não tinha — conta. — Me reorganizei de uma maneira mais leve. Continuo produzindo como antes, mas com muita paz.