Natural da cidade de Teutônia, localizada no Vale do Taquari, Gabriela Markus foi Miss Rio Grande do Sul e Miss Brasil em 2012, e chegou perto no Miss Universo daquele ano: ficou no top 5 entre as 89 candidatas do mundo inteiro.
Embora ainda faça alguns trabalhos como modelo, Gabriela hoje mora em Porto Alegre, onde administra uma franquia da The Body Shop, loja de cosméticos e produtos de beleza, situada no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Ela teve uma rápida passagem pela política – concorreu a deputada estadual nas eleições de 2014 e foi secretária-adjunta de Turismo, Esporte e Lazer do governo Sartori por seis meses.
Da época de miss, Gabriela guarda as boas lembranças e as amizades que fez. Ela conta que, na véspera do concurso nacional, ficou duas semanas no Ceará convivendo diariamente com as candidatas, uma menina de cada lugar do Brasil. Lá, criou um grupo de amigas que ainda segue forte:
— A gente tem contato até hoje, se fala praticamente todos os dias pelo grupo do WhatsApp. São 13 gurias, várias delas já casaram, uma vai no casamento da outra, passamos o final do ano juntas... Ficou uma amizade muito verdadeira, muito saudável entre a gente — conta ela, que tem 32 anos.
Após ganhar o Miss Brasil, Gabriela teve que se mudar para São Paulo, onde morou durante um ano. Foi um momento difícil, pois ela não conhecia ninguém na cidade e sentia saudade de sua terra natal.
Durante o trabalho, Gabriela chegou a ser chamada de "miss que reclama", por ter reivindicado mais participação das misses nos projetos da emissora organizadora do concurso:
— Já que a gente abre mão da nossa vida pessoal durante esse ano, deixa nosso estado, larga os estudos por esse momento, então que fosse bem aproveitado — explica— Várias ideias nunca foram levadas adiante, nunca saíram do papel, e eu fiquei um pouco frustrada. Mas, fora isso, acho que o ano me fez crescer muito. Depois que eu me acostumei mais a morar em São Paulo, ficou um pouco mais fácil. Mas, assim que passei a coroa, quis voltar a morar no Rio Grande do Sul e retomar os projetos da minha vida.
Foi assim que a gaúcha se firmou empresária. Há cinco anos, ela está à frente de uma franquia da inglesa The Body Shop, na Capital:
— Acho que todo empresário, não só do Rio Grande do Sul, mas no Brasil, sabe como a gente tem que se virar nos 30. E, para mim, foi sempre muito desafiador fazer tudo sozinha. Porque enfim, não tenho sócio, eu que toco a loja sozinha com a minha equipe — conta ela. — Trabalhar me faz muito bem. Saber que eu sou útil, que eu consigo gerir meu negócio. Isso me satisfaz muito como pessoa.
Passagem pela política
Em outubro de 2014, Gabriela foi candidata a deputada estadual pelo MDB e somou 26,3 mil votos. Não foi o suficiente para ser eleita, ficando em quinto lugar na suplência.
Ela conta que a decisão de entrar na política teve influência da família, já que o tio é prefeito de Paverama e o pai foi vereador. Ela afirma que gostaria de se eleger para representar o Vale do Taquari.
Eu, que participei de concursos de beleza, achava que já tinha convivido com todos os tipos de ego. Mas o ego da política é nível hard.
GABRIELA MARKUS
— Fiquei na suplência por muito pouco e infelizmente não assumi. Eu gostaria de ter assumido para ter tido essa experiência e ver o que eu realmente poderia fazer pelo nosso Estado— diz.
No ano seguinte, Gabriela foi convidada pelo então governador José Ivo Sartori (MDB) para integrar o governo. Foi nomeada secretária-adjunta de Turismo, Esporte e Lazer no Estado. No entanto, após seis meses, decidiu se afastar por "entender que não compartilhava de algumas coisas".
— Foi uma etapa bem diferente de tudo o que eu já tinha passado. Eu, que participei de concursos de beleza, achava que já tinha convivido com todos os tipos de ego. Mas o ego da política é nível hard. É um pouco mais pesado, principalmente entre os políticos homens mais velhos, que já estão em vários mandatos.
Engenheira de alimentos
No ano passado, Gabriela concluiu uma etapa iniciada quando nem pensava em ser miss. Em 2008, foi aprovada no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Na época, ainda morava em Teutônia e se mudou para Porto Alegre para cursar Engenharia de Alimentos, escolhida por ser uma área nova e com grande campo de crescimento.
Gabriela, que adorava matemática e física na escola, acabou se afastando da faculdade para concorrer ao Miss Brasil, e, depois, ao Miss Universo. Mas quando voltou a morar na Capital, quis finalizar o curso, mesmo não tendo mais pretensão de atuar na área:
— É um diploma de engenharia, da UFRGS, e eu não poderia deixar isso passar. Então me esforcei bastante. Confesso que em vários dias achei que não fosse conseguir levar adiante, porque a faculdade era diurna, lá no Campus no Vale, na Agronomia, e eu com a loja lá na outra ponta, no Moinhos de Vento. Mas, de pouquinho em pouquinho, foi indo.
Foi assim que, depois de 10 anos, Gabriela se formou no ano passado:
— Para mim, foi uma realização pessoal muito grande conseguir meu diploma. Uma realização tão grande quanto as outras.