O produtor de cinema americano Harvey Weinstein, de 67 anos, foi condenado por estupro e agressão sexual nesta segunda-feira (24), após um longo julgamento. O júri, composto por sete homens e cinco mulheres, levou cinco dias para chegar a um veredicto sobre as denúncias. Weinstein já foi um dos homens mais poderosos de Hollywood. A pena máxima que ele pode enfrentar é de 25 anos.
A decisão é considerada uma vitória para o movimento #MeToo, que trouxe à tona inúmeras denúncias de assédio sexual na indústria do entretenimento. Weinstein foi produtor de sucessos do cinema como O Paciente Inglês, Pulp Fiction e Shakespeare Apaixonado.
Weinstein foi condenado por atacar sexualmente a ex-assistente de produção Mimi Haleyi em 2006 e por estuprar em 2013 a atriz Jessica Mann. Ele, no entanto, foi inocentado da acusação mais grave, a de comportamento sexual predatório, que poderia implicar em uma prisão perpétua. Segundo reportagem do The New York Times, Weinstein pareceu indiferente ao ouvir o veredicto.
Durante o julgamento, os promotores descreveram Weinstein como "um predador sexual inteligente, que mantinha suas vítimas por perto para controlá-las, e usou sua posição de poder em Hollywood para manipular e atacar violentamente essas mulheres". A advogada de defesa, Donna Rotunno, disse que todos os encontros eram consensuais.
O caso de Weinstein começou a ser julgado dois anos depois do surgimento das primeiras denúncias contra ele. Tudo começou em outubro de 2017, com um artigo publicado pelo New York Times, que publicou detalhes dos supostos assédios.
O escândalo foi tamanho que o derrubou e outras dezenas de homens poderosos denunciados pelos mesmos crimes. Mais de 80 mulheres relataram casos de assédio, agressão sexual e estupro por parte de Weinstein desde então. No entanto, a maioria dos crimes prescreveu.
O ex-produtor também está enfrentando acusações do mesmo tipo em Los Angeles.