A miss Universo Zozibini Tunzi foi aclamada em sua volta para casa. Coroada em dezembro passado, a jovem de 26 anos visitou seu país, a África do Sul, pela primeira vez desde a conquista. Depois de uma viagem pelos Estados Unidos e pela Indonésia, a miss desfilou em carro aberto pelas ruas de Joanesburgo nesta quinta-feira (13).
Usando um vestido de estampa africana e com a faixa de Miss Universo, Zozibini sorriu e acenou para as pessoas. A jovem é a primeira mulher negra a vencer o concurso desde 2011, quando Leila Lopes, de Angola, levou a coroa.
Mas entrou para a história por ser a primeira Miss Universo com cabelo afro, bem curtinho e natural. Imediatamente, virou uma referência e inspiração para as meninas de todo o mundo.
– Aceite e até venere seu cabelo natural. Queremos que nossas filhas façam o mesmo – disse a cabeleireira Millicent Manyike, de 28 anos, que foi admirar a miss.
– É importante para nós, garotas negras, que tenhamos uma representação da nossa identidade. Ela é uma verdadeira inspiração. Me orgulha ver uma Miss Universo tão natural – afirmou a estudante Lebogang Petje, de 18 anos.
– Com a coroação de Zozibini Tunzi, agora as garotas negras podem sonhar. Nada pode nos deter – acrescentou Athabile Nkatali, uma sul-africana de 35 anos.
Ao ser coroada, Zozibini prometeu que vai ajudar a mudar os padrões de beleza. A miss espera também poder inspirar outras meninas a seguirem seus sonhos e quer combater a violência contra a mulher.
Programa para as mulheres
A sul-africana se apresenta como uma defensora das causas das mulheres.
– Uma das coisas mais importantes é a emancipação das mulheres – afirmou.
Originária da província de Cabo Oriental, ela deve assistir, à noite, ao discurso anual do presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, à nação.
– Quero ver se ele tem um programa para as mulheres – disse Zozibini nesta quinta-feira.
Os feminicídios são um flagelo na África do Sul, país marcado pela violência. Uma mulher é assassinada no país a cada três horas e, por dia, a polícia registra 110 denúncias de estupro, segundo estatísticas oficiais.
Recentemente, Cyril Ramaphosa comparou o nível de violência infligida às sul-africanas "com o de um país em guerra" e lançou uma campanha nacional de mobilização contra esta calamidade.
* com informações da AFP