O começo do ano é a época perfeita para iniciar uma nova atividade física. Seja para quem pretende adotar hábitos mais saudáveis neste novo ciclo ou quem simplesmente deseja inovar a gama de atividades físicas já praticadas, o período vem muito a calhar.
Para ajudar na escolha de qual atividade escolher (e dar aquele empurrãozinho no "projeto verão"), Donna consultou profissionais da Educação Física em busca de modalidades que se encaixam nos dois perfis. Confira!
Surf Training
Boa opção para os meses de verão (mas não somente eles), a modalidade mistura técnicas de natação e surf. As aulas ocorrem em piscina e utilizam pranchas adaptadas para a prática neste ambiente — são feitas com material diferente do usado na confecção das pranchas próprias para o mar. O programa da aula pode incluir remadas sobre a prancha e exercícios de equilíbrio, além do ensino de diferentes tipos de nado.
Conforme Diego Burgos, profissional de Educação Física e instrutor da modalidade na academia Ineex, o Surf Training não é voltado para quem deseja aprender a surfar, pois incorpora apenas alguns fundamentos do esporte. Contudo, qualquer pessoa pode participar das aulas, mesmo sem saber surfar ou nadar.
— A modalidade pode ser praticada tanto por quem está em busca de uma atividade física para melhorar a saúde ou para queimar calorias, quanto por quem é praticante do surfe e deseja manter o condicionamento físico e treinar as técnicas quando está longe do mar. O interessante é que as aulas acabam sendo bem diversificadas e lúdicas — explica Burgos, que também é instrutor de surf.
Entre os benefícios alcançados, o profissional cita a melhora da condição cardiorrespiratória, a tonificação muscular (sobretudo na região dos braços, dos ombros e das costa) e, no caso de quem ainda não sabe nadar, a possibilidade de conquistar autonomia nos meios aquáticos.
Barre fit
O Barre Fit pode ser uma ótima pedida para quem não gosta de frequentar academias. As aulas misturam exercícios de ballet, pilates e treinamento funcional, e podem ser feitas em casa.
O método foi criado pela profissional de Educação Física Jacqueline Ruscitto a partir da incorporação de técnicas do pilates e do treinamento funcional à já existente ginástica em barras de ballet (o chamado Barre Workout). Na prática domiciliar, as barras são substituídas por uma cadeira.
Jacqueline explica que o Barre Fit pode trazer benefícios para qualquer pessoa, embora as mulheres sejam maioria entre os praticantes.
— É uma atividade muito segura, que permite ganho de massa e tonificação muscular. Por ser muito mais praticada pelas mulheres, a gente dá um foco para as pernas e o glúteo, mas os exercícios trabalham o corpo inteiro. Há ganho de equilíbrio, de mobilidade articular, de flexibilidade, de postura e de resistência e força muscular — detalha.
O Barre Fit pode ser praticado através de aulas gravadas e disponibilizadas gratuitamente pela criadora no YouTube e no aplicativo ARRASE. No app, também é possível contratar planos que incluem acompanhamento ao vivo e práticas para diferentes níveis da modalidade.
Mat Pilates
Ainda bem menos difundido do que o seu "irmão", o Mat Pilates é a versão do pilates que dispensa o uso de aparelhos. Por conta disso, a modalidade pode ser praticada em casa, mas também é oferecida por inúmeras academias.
Os exercícios podem utilizar bolas, elásticos, rolos e caneleiras, entre outros itens, ou trabalhar somente a sustentação do peso corporal, sem nenhum tipo de acessório.
Embora seja considerada uma atividade de baixa intensidade, já que o programa de exercícios não costuma incluir corridas ou movimentos de alto impacto, as aulas costumam ser puxadas e exigem força e resistência muscular. É o que explica a profissional de Educação Física Graziele Abreu, professora do Sesc Anchieta.
— Muita gente associa o pilates a um simples alongamento, mas é um exercício fantástico e que leva o aluno a trabalhar musculaturas que ele nem sabia que tinha (risos). Há sequências que deixam o aluno com partes do corpo tremendo, pois exigem muita força. É uma excelente opção para quem não gosta de musculação, por exemplo — diz a profissional.
Entre os benefícios da modalidade, a instrutora cita a melhora na mobilidade articular, na flexibilidade, no controle da respiração e na postura. A prática também costuma ser indicada para quem sofre com dores na coluna (desde que não haja contraindicação médica).
Funcional Fight
Já para quem busca uma atividade física que prometa queimar muitas calorias, a dica é o Funcional Fight. Trata-se de uma adaptação do treinamento funcional, modalidade que virou queridinha nos últimos anos, que tem como diferencial a incorporação de movimentos de diferentes tipos de luta entre os exercícios.
As aulas, que costumam ocorrer de forma coletiva, funcionam como uma espécie de circuito. Há uma sequência de exercícios que devem ser feitos para concluir o ciclo, com tempos pré-determinados para execução e descanso (geralmente, segundos). O formato é o mesmo do treinamento funcional tradicional, com a diferença de que, na versão Fight, alguns dos exercícios do circuito podem ser socos, chutes, joelhadas ou outros movimentos de luta.
O profissional de Educação Física Rafael Mendonça, professor do Parque Esportivo da PUCRS, explica que a modalidade não é voltada a quem deseja aprender uma arte marcial específica. A prática também não substitui a musculação, mas pode ser um excelente complemento, além de queimar muitas calorias.
— É uma opção muito interessante para quem almeja o emagrecimento, pois proporciona alto gasto calórico. Também é possível alcançar uma melhora na condição cardiorrespiratória e um estímulo muscular muito interessante — diz Mendonça.
— Por ser uma modalidade mais agitada, funciona como alternativa para quem acha a musculação muito monótona. Mas é um complemento, não um substituto, pois o trabalho muscular é diferente — detalha.