Uma academia sem halteres, onde os aparelhos de musculação dão lugar a uma estrutura metálica com várias fitas de náilon amarradas nela. Um local onde, ao invés de malhar pernas, glúteos e membros superiores de forma isolada, trabalha-se o corpo todo em conjunto. Esta é a proposta do TRX (Total-body Resistance Exercise, que significa justamente “exercício de resistência do corpo inteiro”).
Com essa metodologia, é possível focar no ganho ou na definição de músculos, na melhora do sistema cardiorrespiratório ou como treinamento complementar a algum outro esporte, como a corrida, por exemplo. Além disso, dá para perder uns quilinhos – uma aula com duração de 45 minutos pode eliminar até 450 calorias – e deixar a postura mais ereta.
– O primeiro objetivo que se alcança rapidamente, em duas ou três semanas, é a melhora postural. A sensação inicial é de que as dores nas costas somem – explica o professor Paulo “Magoo” Behar, senior master trainer em TRX.
Na prática, mesmo fazendo um exercício direcionado para glúteos, outras regiões do corpo acabam sendo ativadas, principalmente o abdômen, que precisa estar sempre contraído para manter o equilíbrio. Jorge Louvizetto, proprietário da academia 4You, na Capital, um dos primeiros estúdios especializados na técnica no Brasil, cita estudos que comprovam a eficácia do TRX. Mesmo aqueles movimentos que menos exigem do corpo já conseguem movimentar 70% dos músculos, por exemplo.
OPINIÃO DE QUEM TESTOU
Com uma rotina de horas sentada revisando e traduzindo textos, Janyne Martini, 23 anos, via-se refém de constantes dores na região lombar e problemas de tendinite. Adepta do TRX desde junho de 2015, a jovem relata a transformação observada:
– Vi que melhorou muito meu dia a dia. Desde que comecei a fazer o TRX, notei um fortalecimento muito grande e não senti mais nenhuma dor. Em questão de 10 aulas, a musculatura muda, fica mais definida.
O mesmo ocorreu com a médica Angélica Lucchese, 34 anos, que, por conta de sua profissão, fica muito tempo em pé. No primeiro mês de prática, com três sessões semanais, percebeu a postura mais ereta e mais disposição para trabalhar.
– Fiquei com o tórax mais firme e a musculatura dos braços mais forte – avalia Angélica.
Avaliação da repórter: sabe aquela atividade que parece inofensiva mas que te deixa “imóvel” no dia seguinte? Foi assim que me senti depois da aula com as fitas. Estou acostumada com musculação com aparelhos, halteres, pesos e cargas, mas usar meu próprio corpo, equilíbrio e coordenação foi diferente. Durante a aula, não consegui completar todos os exercícios dado o grau de dificuldade (não é fácil!) e dias depois sentia cada músculo do corpo gritando, o que significa que realmente coloquei eles para trabalhar.
SAIBA MAIS
O TRX
Desenvolvido no fim do século 21 na Marinha norte-americana, o treinamento nasceu da vontade dos fuzileiros navais de manter a prática de exercícios mesmo em locais inóspitos. Para tanto, usaram o que tinham à mão, desde faixas de quimono até elásticos. De volta aos Estados Unidos, um ex-comandante investiu na técnica e se juntou a especialistas, que o ajudaram a desenvolver o TRX que conhecemos hoje. Conforme o professor Paulo Behar, existem mais de 300 exercícios catalogados.
Cabe na bolsa
Uma das grandes vantagens da modalidade é a praticidade. O equipamento pode ser carregado para qualquer lugar. As fitas para treinamento devem ser fixadas com segurança e podem ser usadas presas em árvores e postes, por exemplo, ou em casa nas paredes e até no teto.
Quem faz
A lista dos adeptos do treinamento que usa as fitas é grande e vai desde atletas de ponta, como o nadador americano Michael Phelps e a tenista Maria Sharapova, até musas como a top Izabel Goulart, a atriz Juliana Paes e a modelo Bar Refaeli.