A cidade apresentando um menu de novidades emite uma série de sinais positivos. Mostra que, de alguma forma, as coisas estão se ajeitando. Em outra época, a notícia era de lugares que fechavam suas portas, quase como uma sequência de funerais. É para frente que se anda, mas não dá para se esquecer de quem esteve sempre ali, criando essa cultura gastronômica.
O assunto é delicado, mas onde eu quero chegar é no Instagram. Cara, escolham lugares legais para ir, de acordo com a curiosidade e a fome. Não pelo fator social. As pessoas têm ido a lugares pelos motivos errados, puramente para dizer que também já foram, riscar das suas listas e subir a fotinho. Dá uma tristeza danada. Não leem o cardápio, pulam aquela parte maravilhosa de papear com o garçom na tentativa de colher informações preciosas, se esquecem de refletir sobre as opções que fazem o estômago roncar mais alto. Não curtem o momento.
Resumidamente seria isso. A Lela explodiu no Foodcast dizendo que tem se incomodado loucamente com esse comportamento das pessoas de se sentirem obrigadas a ir a determinados lugares pelo simples fato de que está todo mundo indo. Quer ser “legalzão” e descolado? Então, escolha lugares que ninguém vai há tempos. Resgate um bar que está esquecido. Vá no contra-fluxo. Se for a um lugar novo, pelo menos vá pelos motivos certos. Porque o projeto do chef é incrível, porque a cozinha é legitima ou porque traduz um sentimento que faz muito sentido para você.
Não se esqueça de fazer reserva. Converse com as pessoas. Analise calmamente o que os clientes a sua volta estão pedindo. De repente, vá na sugestão do dia, é sempre alguma coisa bem fresquinha. Pode até postar. Mas pelos teus motivos. Tem que ser de verdade, porque realmente fez o coração bater mais forte. E não vire as costas logo depois, tem que voltar lá várias vezes!