Olha a loucura que anda esse mundo. Frequentemente, me dá uns calafrios e bate uma insegurança em relação ao futuro das coisas, por ser a realidade que o meu filho vai enfrentar.
Mesmo assim, tenho uma forma bem peculiar de lidar com isso: não dando muita bola e deixando para me preocupar com determinadas situações somente se preciso for.
Para e pensa rapidinho a quantidade de vezes que já perdemos o sono com coisas que acabaram nem acontecendo. Pois, então. Enfim, é o meu jeitinho. Mas quando as preocupações estão relacionadas ao Francisco, daí realmente perco o sono por estar constantemente me questionando sobre estar ou não fazendo a coisa certa.
Não tem muito segredo. A minha estratégia é sempre imaginar qual será a minha conclusão lá no fim da vida, das neuras que não quero ter e das coisas que pretendo me orgulhar de ter feito.
Acho que amar demais nunca vai ser um problema. Excesso de carinho também não. Deixar muito tempo vendo Netflix, é. Brincar até um pouco mais tarde, não tira pontos do saldo final. Deixar comer muito doce pode ser complicado, mas vê-lo faceiro abrindo um tubinho de M&M’s é impagável.
Tudo vai ser avaliado lá na frente, e não quero carregar comigo nenhum fardo emocional. A vida é isso, a gente tentando o tempo inteiro dar o nosso melhor. A única certeza que eu tenho é de que os momentos vividos na cozinha estão cada vez mais raros. É muito mais fácil pedir alguma comida ou optar por qualquer coisa pronta.
Só que não estamos nos dando conta da importância da nossa relação com o alimento e com a manutenção do ritual do preparo da comida. De mostrar que a mesa une as pessoas. De não deixar que a rotina tire esses prazeres, para que depois, lá na frente, não exista angústia, culpa ou questionamentos, mas a certeza de que mesmo no meio da loucura, o que realmente importa continua igual.