Gosto de ler sobre previsões ou apostas do mercado para o ano seguinte. Me divirto porque, no geral, ninguém acerta. Uma hora queria ter paciência de pegar todas as tentativas anteriores e ver quem matou a charada.
Sinto que são muito mais expectativas pessoais do que realmente visões relacionadas a estudos de mercado e tendências. Daí, se for pela vontade própria, deixa eu aproveitar esse espaço aqui e cravar os meus desejos.
Queria muito que o garçom parasse de tentar me servir a bebida sempre que passa pela minha mesa. A coisa mais irritante é, ao final de cada gole, ver que surge alguém do nada e bota mais um pouquinho no copo, como se existisse uma competição com ele mesmo de não deixar acabar.
Desejo fortemente ver os chefs se preocupando com o que realmente importa ao invés de perder tempo com premiações vazias. Cara, vamos olhar para frente e não para o lado, se unir e entender que gastronomia não é um campeonato de quem tem mais quadrinho na parede, vai muito além disso.
Também queria ver as pessoas frequentando cada vez mais os lugares que construíram a identidade gastronômica das suas cidades. Euforia só com o novo bar de drinks ou com mais uma pizza napolitana não vale. É preciso reconhecer os clássicos e frequentá-los exaustivamente, porque quem não tem passado não tem futuro.
Por fim, queria muito o fim do menu degustação. Que troço chato isso. Um monte de prato com miniporção, com explicações. Depois da resenha toda versando sobre o processo de criação, ainda vem o sommelier falando do vinho que harmoniza. E, quando menos percebe, a comida que já era pouca está completamente fria.
Além do que, fica impossível conversar porque as intervenções na mesa em função do próximo prato e do próximo vinho são incontáveis. Tenho gostado de pedir o meu prato favorito e o meu vinho. E deixa que eu me sirvo quando quiser.
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Previsões para 2019 | Diogo Carvalho
Diogo Carvalho
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