Cozinhar a dois é bem melhor do que cozinhar sozinho. A primeira etapa é a decisão do menu. Ou rola aquela vasculhada na geladeira para ver o que tem em casa ou procura uma receita em um livro bacana e vai atrás dos ingredientes.
Coloca uma música, abre um vinho e começa a cortar tudo. Pica o alho daqui, corta a cebola de lá. Tudo isso fica mais divertido com alguém do lado. Geralmente quem cozinha comigo cozinha melhor, então me demandam tarefas menos complexas (digamos assim), como colocar a mesa, abrir potes e mexer na panela com a colher de pau.
Uma das minhas partes preferidas é colher os temperos frescos da hortinha de casa. Volto todo orgulhoso achando que está ali a poção mágica que vai mudar aquela receita. Gosto da parte de conversar sobre os alimentos que estão sendo preparados. Acabo aprendendo muito sobre a história, o comportamento e os gostos entre um gole e uma mexida.
Existe uma certa insegurança da minha parte quando cozinho a dois, porque sempre quero que a outra parte prove direto da panela para ver se está bom. E esse ritual certas vezes se repete quatro ou cinco vezes em um jantar.
Um problema que me acompanha na cozinha é a falta de paciência. Receitas que levam muitas horas não são para mim. Fico ansioso querendo acelerar o processo, o que me faz ir devorando outras coisas pelo caminho, acabando com a minha fome. Pelo menos, quando estamos a dois, a conversa faz o tempo passar mais rápido.
Eu gosto mesmo é de me exibir na hora da sobremesa. Como tenho um lado formiga aguçado, sempre me encarrego de caprichar no preparo. Geralmente apelo para ingredientes bem doces que acabam animando qualquer um. Esse é o único momento em que não gosto que provem antes. Gosto de fazer escondido e chegar de surpresa com um belo prato cheio de indulgência. Cozinhar a dois é mesmo uma delícia.
* Conteúdo produzido por Diego Fabris