Adoro ir na casa de Teresa porque ela sabe receber. Muito antes de os convidados chegarem ela já está preparando a casa. A primeira coisa que ela faz é escolher a trilha sonora, geralmente relaxante. Abre um vinho e mantém a taça por perto enquanto começa a separar os ingredientes do jantar.
Pouco importa o que ela vai cozinhar pois a experiência vai ser agradável de qualquer jeito. Ela pensa em cada detalhe da decoração da mesa. Dá para ver o cuidado dela na presilha do guardanapo de pano. Mesmo quando os pratos e copos têm cores e formatos diferentes é porque foi proposital.
Teresa gosta de flores. Toda vez que vai receber alguém compra algumas para alegrar o ambiente. Ela também adora velas e faz questão de cuidar para que a iluminação seja indireta e quente.
Adoro o cuidado de Teresa com a poluição visual na mesa. Ela faz questão de retirar as embalagens do queijinho da entrada, de colocar o azeite em um pote de cerâmica que comprou em uma viagem e de servir a água em uma jarra de vidro com umas rodelas de limão e um toque de manjericão. A carne é servida em uma tábua que colabora até para as fotos que os convidados irão tirar.
Temperatura é fundamental para que Teresa esteja em paz. Seja a do vinho ou a do ambiente. Se estiver muito quente, ela abre a janela para a brisa entrar. Se estiver frio, providencia a manta que aquece as pernas de todos.
O ritmo do jantar é algo que passa despercebido, mas que tem toda a atenção da moça. Ela se preocupa que seja leve, mas não demorado. Tudo que pode ser preparado antes já está pronto na hora que chegamos. Ela é generosa e deixa para os convidados apenas a tarefa de sentirem-se em casa.
Ela faz tudo parecer simples, mas a gente sabe bem que não é. Teresa sabe receber e isso é um dom. Ela faz para os outros, mas também faz para si. Na minha vida, Teresa é Lela. E na sua, quem é Teresa?
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* Conteúdo produzido por Diego Fabris