Neste verão me deparei com uma situação que me fez repensar minha relação com o lixo. Foi no centro da praia de Atlântida ao voltar de uma festa. Amanhecia, e o cenário parecia um campo de batalha com centenas (sim, centenas) de sacolas de plástico, garrafas e latas espalhadas pelo chão.
Fui dormir indignado. Jogar lixo no chão ou em qualquer lugar que não a lixeira para mim sempre foi um absurdo. Até esperava que, no meio de tanta gente fazendo festa, alguns deixassem suas coisas ali. Mas não na proporção assustadora que vi. E não é só nessa praia, a sujeira está nas ruas, na areia, nos rios.
Comecei a reparar mais nas lixeiras disponíveis nas cidades. De fato, me parece que são poucas para tanto lixo que geramos no dia a dia. Só que isso não é desculpa para nada. Se a pessoa teve o trabalho de levar sua comida ou bebida de casa, do mercado ou do bar até a praça, praia ou rua, ela tem que ter o mesmo comprometimento com a embalagem que sobrou. A população deve sim cobrar das prefeituras por mais lixeiras e soluções de reciclagem, mas também daqueles que sujam.
No convívio com profissionais de gastronomia, aprendi muito sobre higiene e aproveitamento total dos alimentos para evitar desperdício. Esse tema deveria ser pauta obrigatória e constante nas escolas. Tem mais aplicação prática que muita fórmula matemática que aprendemos exaustivamente e que nunca usaremos para nada. Impacta no presente e no futuro da sociedade.
Por outro lado, também fui impactado positivamente por marcas preocupadas com essa realidade que fazem ações para melhorar o cenário. Como uma loja de cafés que me ofereceu uma sacola com vedação para guardar as cápsulas utilizadas e devolver para que eles reciclem. Ou como um mercado de bairro que me ofereceu uma embalagem reutilizável para o suco de laranja que tomo toda semana. Dá uma certa esperança. Se cada um fizer um pouquinho, tudo melhora.
LEIA OUTROS TEXTOS DE DIEGO FABRIS
// Aniversário de criança
// Para compartilhar
* Conteúdo produzido por Diego Fabris