Não adianta, não nasci para fazer dieta. Depois de uma orgia gastronômica, até bate aquela ressaca moral e surge o pensamento de fazer uma dieta. Faço uma lista de coisas supostamente saudáveis e compro várias delas na esperança de pegar leve. Minha determinação dura geralmente umas 24 horas, no máximo. Não é que eu não seja uma pessoa determinada, mas simplesmente não consigo ficar dias me privando dos melhores prazeres da vida.
O primeiro problema é que pego algo saudável e automaticamente começo a ter pensamentos gordos. Um mix de folhas verdes? Adiciono um bacon, um queijinho, e fica ótimo. Frutas de tarde? Mergulhadas no chocolate, delícia. Tapioca no café da manhã? Fica excelente recheada com doce de leite. E, assim, começo a matar qualquer chance de uma dieta dar certo.
Vai caindo o fim de tarde e vem outra tentação. Happy hour sem drinks? Jantar sem um bom vinho? Evento de confraternização sem espumantes? Encontrar a galera no bar sem uma cerveja? Difícil.
Tempos atrás tomei uma medida drástica e fui a uma nutricionista. Uma experiência interessante, em que me dei conta que desconheço muitos dos hábitos saudáveis. Ela recomendou que eu comesse de três em três horas. Me pediu também que fizesse um belo café da manhã. Só que sempre gostei de jantar bem. E lanche no meio da tarde para mim não é com amêndoas e iogurte, e, sim, com um brigadeiro ou um brownie. E por falar em doce, como resistir a uma sobremesa feita pela mãe no almoço de família? E um sorvetinho na beira da praia? Sem chances.
Por essas e outras que eu sempre fui do time da sanfona, que engorda e emagrece em intervalos curtos. A minha sorte é que eu adoro esportes. Acredito muito mais em compensar com exercícios, que ainda fazem bem para o corpo e para a cabeça ao mesmo tempo. Corro para comer depois, sem culpa, com prazer. Depois de muitos anos, passei a valorizar o equilíbrio, mesmo que seja desse jeito meio oito, meio oitenta.
* Conteúdo produzido por Diego Fabris