No Destemperados, acreditamos que a gastronomia é capaz de mudar um dia e criar memórias inesquecíveis. Pratos como o camarão à grega do Pampulhão, o frango-xadrez do Pagoda e a lasanha de carne do Bologna fazem parte da história gastronômica de Porto Alegre e ficaram no coração de quem teve o privilégio de prová-los.
Quando um lugar é referência, ele segue inspirando mesmo quando as portas do salão se fecham. É o caso de restaurantes clássicos que encerraram suas atividades, mas seguem vivos em nossos corações. Listamos oito desses lugares especiais que marcaram os porto-alegrenses:
PAMPULHÃO
Fundado em 1974 por um imigrante português, serviu por 46 anos o camarão à grega e o bolinho de bacalhau na Rua Jerônimo de Ornelas, no bairro Santana. Em fevereiro deste ano, a notícia do fechamento e da aposentadoria do proprietário Fernando Pinheiro, que também comandava as panelas, chateou os frequentadores assíduos dos almoços de fim de semana.
O restaurante era especializado em peixes e frutos do mar, e servia pratos típicos de culinária portuguesa. Um dos maiores sucessos era o camarão à grega: à milanesa, com arroz à grega, dois pedaços de queijo derretido, legumes e batata palha.
BOLOGNA
A típica cantina italiana foi, sem dúvidas, um dos restaurantes mais tradicionais da zona sul de Porto Alegre. Foram 60 anos da melhor lasanha de carne com massa de espinafre e molho branco da cidade. O prato gratinado ganhou o coração da freguesia, que costumava chamá-lo de lasanha verde.
O fechamento ocorreu em 2017, deixando saudade não só da comida, como também do atendimento. Marca registrada do Bologna era a lasanha ser servida pelo garçom, direto na mesa, com aquela cara de almoço caseiro.
FLORESTA NEGRA
Esse aqui não é qualquer um que vai lembrar, pois o encerramento das atividades ocorreu no início dos anos 1990. O auge do restaurante tipicamente alemão na Rua 24 de Outubro foram as décadas de 70 e 80, quando acumulava fila na porta.
Entre tantas maravilhas, o filé capa preta se destacava. Uma curiosidade sobre o lugar era o conhecido mal humor do proprietário, Fredolino Schirmer, que mesmo assim tinha o carinho dos clientes. Após o seu falecimento, um livro com suas receitas foi publicado.
DON NICOLA
O casarão no bairro Bela Vista serviu por mais de 50 anos o famoso frango prensado. Antes do fechamento, já havia recusado diversas propostas de compradores.
O restaurante era uma das opções infalíveis para o almoço de domingo. O último foi servido em 2015 e, para acompanhar o franguinho, a sugestão da casa era bruschetta, polenta frita e espaguete al sugo e alho e óleo.
STEINHAUS
Aquele tipo de lugar que os garçons, com anos de salão, chamavam os clientes pelo nome. As paredes de pedra e as poucas mesas foram palco de muitos momentos felizes no bairro Rio Branco, até o fechamento em 2015.
O restaurante servia delícias da culinária alemã, como spätzle, uma massa semelhante às fitas orientais, muito consumida no país europeu. Outro prato bastante apreciado era o rahmschnitzel, um filé à milanesa com nata acompanhado da melhor batata suíça.
PAGODA
Em 2011, um dos pioneiros em cozinha chinesa em Porto Alegre fechou as portas, deixando órfãos de seu frango xadrez super tradicional e bem temperado. O proprietário do restaurante na Protásio Alves, Woodah Tong, conhecia todos os clientes e escolhia o prato de cada um, mas o talento nas panelas era de sua esposa.
CONSTANTINO CAFÉ
Um dos fechamentos causados pela pandemia que mais sentimos. O Constantino era um dos restaurantes mais românticos da cidade, que servia o melhor da alta gastronomia em um ambiente sofisticado e, nem por isso, menos aconchegante. Um dos carros-chefes era o risoto mediterrâneo ao pesto.
O antigo casarão no Moinhos de Vento impressiona, principalmente, pela decoração e iluminação. Era possível escolher se o jantar seria em frente à lareira ou em meio às árvores.
CAFÉ DO DUQUE
No coração do Centro Histórico, lá estava ele, servindo café quentinho e a deliciosa torta de banana com doce de leite. A fachada era sóbria, seguindo o estilo do bairro, mas, ao entrar, o cliente se deparava com mesinhas cheias de almofadas coloridas, quadros de artistas locais e arranjos de flores.
O lugar tinha um clima muito agradável, convidativo para passar a tarde inteira. O fechamento ocorreu em fevereiro de 2020 e o Centro perdeu mais um grande lugar.
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