A maior tragédia climática do Rio Grande do Sul atingiu milhares de negócios. Um dos mais atingidos, sem sombra de dúvidas, foi o setor de bebidas e alimentos. Bares e restaurantes tiveram incontáveis perdas, e muitos ainda estão tentando se reerguer em meio aos escombros.
Em Porto Alegre, o Quarto Distrito, região que concentra os bairros Farrapos, Floresta, Humaitá, Navegantes e São Geraldo, e conta com cerca de oito mil empresas, foi uma das zonas mais afetadas da Capital.
Reduto de cervejarias artesanais, o local é também endereço da 4Beer, franquia de restaurantes cervejeiros. A unidade da Av. Polônia ficou submersa durante dias e precisou contar com a resiliência dos donos para iniciar a limpeza.
— Nós temos mais de 70 colaboradores e suas famílias que dependem de nós, e eles também foram afetados. Então, aqui no Quarto Distrito é o nosso coração, onde a gente tem a fábrica, tem a produção de todas as cervejas e os destilados dos nossos bares. Então, voltar aqui é muito importante pra conseguirmos abastecer as outras unidades e também dar um suporte pros nossos colaboradores. Tem muita coisa em jogo que a gente precisa chegar aqui depois que a água baixou, baixar a cabeça e ir — conta Caio de Santi, cofundador da cervejaria.
Além da produção cervejeira, o local também abriga um restaurante, com pratos para acompanhar um bom copo de chope. Assim, contrataram um técnico para verificar os equipamentos que precisam de reparo ou os que foram realmente perdidos.
— Nesse primeiro momento, o foco é reorganizar a casa. O Sebrae é um grande parceiro. E agora estão com essa consultoria urgente para reabrir o negócio e vão nos ajudar nesse suporte para voltar ao funcionamento o mais rápido possível — explica.
Bar e parrilla, o Gracejo, na esquina da Rua Álvaro Chaves com a Rua Santos Dumond, também teve sua operação afetada. Entre as coisas perdidas estão cadeiras, mesas, pratos, talheres, equipamentos de cozinha, entre outros. O primeiro negócio gastronômico de Vitor Spagnolo precisou da ajuda de muitas pessoas para ser revisitado.
— A gente foi à luta. Todo mundo se ajudando, se unindo. Muitos amigos e clientes vieram nos ajudar. Se candidataram a nos ajudar — diz Vitor.
É fato que o Gracejo, com pouco mais de um ano de abertura, já teve uma prova a vencer. E para isso, conta com o Sebrae RS como apoiador.
— O suporte financeiro deles está sendo muito bom pra nós. A paz que eles nos trazem é maravilhosa porque nos traz esperança de que tem como resolver a situação. Então, eles estarem conosco nesse momento é muito importante — afirma.
A expectativa para a reabertura é entre duas ou três semanas, aproveitando o bairro boêmio e o público para a retomada.
— Espero que a gente consiga voltar firme e forte, trazendo o público para muita festa nessa região maravilhosa que temos aqui — conclui, esperançoso.
SOBRE O SEBRAETEC SUPERA
É uma iniciativa de adequação e recuperação de espaços físicos de empresas devastadas pelas enchentes, do Sebrae RS. Primeiro, um consultor do Sebrae RS faz uma avaliação do espaço físico das empresas. Depois, é elaborado um plano de ação para reabrir o negócio, levando em consideração todos os reparos, serviços ou aquisições que a empresa precisa para voltar a funcionar. A partir desse plano, a instituição consegue direcionar apoio e reembolsar parte desses custos para o negócio reabrir.
O reembolso está sempre condicionado à aprovação prévia do Sebrae RS, elegível para os custos obtidos com serviços de reparo, manutenção ou reposição de equipamentos e mobiliários danificados pela enchente, e seu limite de valor varia de acordo com a categoria de negócio (MEI até R$ 3 mil, MEs até R$ 10 mil e EPPs até R$ 15 mil). O prazo médio para esse reembolso é de até 45 dias.
Para se cadastrar e ter acesso à consultoria Sebraetec Supera, o seu negócio deve estar enquadrado na categoria das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) e possuir conta bancária em nome do CNPJ ou Inscrição de Produtor Rural. Além disso, é imprescindível que o espaço físico a ser reparado tenha sido diretamente afetado pelas enchentes e esteja em uma área alagada das cidades do RS com decreto de calamidade pública. Confira os critérios para participar no link. Vagas limitadas.