Considerada a bebida mais antiga do mundo, o hidromel tem registro de consumo datado de 10 mil anos atrás. Por ser de fácil elaboração – fermentação natural de uma mistura de mel e água –, era a escolha mais comum dos povos antigos para preencher os copos vazios. E não foram poucos aqueles que, através dos séculos, cultuaram a bebida, desde a Grécia e a Roma antigas, passando por chineses e vikings, a quem o hidromel é mais vinculado. Quando o vinho e a cerveja surgiram, porém, houve um declínio no seu consumo. E um dos principais motivos foi o aumento do preço do mel, desencadeado pela urbanização das cidades.
Há várias teorias sobre o seu surgimento, mas a mais aceita remonta à pré-história:
– Quando o homem ainda era nômade e encontrava colmeias facilmente, ele recolhia o mel e misturava à água que carregava. Aos poucos, a bebida começava a fermentar com as leveduras selvagens encontradas no ar e na boca, transformando o açúcar em álcool – explica Rodrigo Urruth, produtor da bebida.
Além do hidromel tradicional, produzido apenas com mel, água e leveduras, existem diferentes tipos da bebida. São pelo menos 10 classificações, que vão desde o melomel, que leva adição de frutas, ao pyment, produzido com uvas ou suco de uva. Pode ser doce ou seco e levar gás ou não. No sabor, destaque para o mel e para as notas florais. Na gastronomia, combina muito com carnes vermelhas, aves, peixes e carnes exóticas, como o javali.
Tratada como bebida mágica por fermentar naturalmente a partir da mistura entre mel e água, o hidromel ainda enfrenta um mercado restrito aqui no Brasil. Para driblar a escassez e poder experimentar a bebida, Urruth passou a produzir seu próprio hidromel há quatro anos e hoje, com outros sócios, está registrando o rótulo Meadgard para transformar o que era apenas artesanal em uma aposta comercial. Segundo ele, a produção caseira foi a solução encontrada para os admiradores do produto.
– A produção caseira é uma característica muito forte do hidromel. Por isso, um dos lugares mais fáceis de encontrar a bebida é no Mercado Livre, onde os produtores artesanais a disponibilizam – conta. Apesar das dificuldades, o mercado do hidromel tende a crescer, já que faz parte da busca pelo artesanal. O desenvolvimento desse mercado já é visível tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.
O chef Julio Cefis, do The Raven, em Porto Alegre, compartilhou com a gente uma receita de linguado em redução de hidromel e maracujá. Veja aqui.
* Conteúdo produzido por Juliana Palma