O BBB 23 iniciou uma nova fase. Não há nenhuma nova dinâmica revolucionária, mas tudo deve mudar no reality daqui para a frente: com a eliminação de Key Alves na noite de terça-feira (7), o programa ficou sem ninguém para cumprir o importante papel de vilão.
Gustavo, que dividia a carga da vilania com a namorada, já havia saído do programa duas semanas atrás. Agora, com a saída dela, a rivalidade entre os grupos deserto e fundo do mar perde oficialmente dois de seus grandes protagonistas. O cenário abre muitas possibilidades sobre o que pode acontecer até a reta final do reality show, previsto para encerrar somente no final de abril.
Da possibilidade de o programa se tornar sem graça até a chance de surgirem novos mocinhos e vilões, GZH traça os possíveis caminhos do BBB 23 a partir de agora.
O jogo vai ficar morno?
Entra ano, sai ano, e o público do Big Brother Brasil parece não aprender que tirar os vilões quase sempre é ruim para o programa. Um exemplo é o BBB 22, que virou um marasmo após a saída de Jade Picon, a vilã da vez. Nesta edição, como se não bastasse a saída de Fred Nicácio, os espectadores novamente eliminaram os vilões. Pode ser mais um tiro no pé.
Gustavo e Key Alves foram peças importantes para a movimentação do jogo até aqui, independentemente de se gostar deles ou não. Os dois exerciam uma liderança no quarto fundo do mar, opondo-se ao grupo do quarto deserto, o favorito dos espectadores. Sem eles, a turma de MC Guimê terá de jogar contra antagonistas bem menos relevantes. E é possível que também percam relevância, afinal, um bom vilão é quem faz um bom mocinho.
É claro que o casal deu muitos motivos para justificar a eliminação. Também é compreensível que as pessoas queiram ver os vilões da história levarem a pior, tal qual acontece nos contos de fada. Mas precisava ser com quase dois meses de programa ainda pela frente? Não dava para deixar a punição para mais tarde? Será que tudo não ficará meio entediante a partir de agora? Tem chance, mas, ainda bem, o público desta edição tem mais sorte do que juízo.
As novas rivalidades vão durar?
A sorte é que, mesmo eliminando os vilões precocemente, o BBB 23 conta com conflitos paralelos que podem movimentar a disputa após a saída deles. É o caso da rivalidade entre Fred e Ricardo, que começou por conta de um pé atrás do jornalista com a relação entre o biomédico e a sister Sarah Aline, do grupo rival.
O que teve início como uma picuinha acabou virando barraco generalizado. Após trocarem inúmeras acusações durante o jogo da discórdia de segunda-feira (6), os brothers protagonizaram outra discussão acalorada na terça, e o clima ficou tão insustentável que Ricardo abandonou o quarto deserto e se mudou de mala e cuia para o fundo do mar.
Os ânimos ferveram também entre Alface e Bruna Griphao. A atriz disse que o brother é "uma pessoa ruim", o que o deixou bastante abalado. Tanto que Ricardo declarou aos novos companheiros de quarto que Fred, Larissa e Bruna serão os seus alvos no programa. Enquanto isso, do outro lado, o trio está igualmente focado em tirá-lo do reality.
Vai ser chumbo trocado, do jeito que a gente gosta. Só o que não pode acontecer é Ricardo virar o novo vilão e, seguindo a tendência que está imperando no reality, também acabar eliminado. Aí, será difícil defender o público do BBB 23.
Alianças improváveis irão surgir?
A mudança de Ricardo para o quarto fundo do mar, por óbvio, fará surgir novas alianças na casa mais vigiada do Brasil. Ele já é amigo de Sarah e tem tudo para se entrosar também com os parceiros da psicóloga. Uma possível união de forças, porém, chama atenção por até então parecer inconcebível: a de Ricardo com Cezar Black.
Os dois eram rivais e trocaram acusações em muitos jogos da discórdia. Só que, tendo agora inimigos em comum — Bruna, Fred e Larissa —, será que eles não darão uma trégua? Será que não pode nascer daí uma nova dupla disposta a incendiar o game?
Cezar e Ricardo são mais parecidos do que imaginam e, combinando votos ou não, eles têm os mesmos alvos declarados. Disso até começar a projetar estratégias em conjunto é um pulo. Se acontecer, o jogo só tem a ganhar.
Coadjuvantes virarão protagonistas?
Outra consequência possível nesta nova fase do BBB 23 é uma virada de chave nos arcos de participantes até então pouco relevantes para o jogo, como Domitila Barros, Gabriel Santana, Marvvila e Sarah Aline. Os quatro sempre estiveram à sombra dos nomes mais destacados do grupo. Com eles fora da casa, é a oportunidade perfeita para que os coadjuvantes se tornem protagonistas.
A primeira a fazer esse movimento foi Sarah Aline, ainda que por um motivo indigesto. A sister ganhou protagonismo após ser indicada ao paredão por Fred, que, por sua vez, justificou a atitude como uma tentativa de proteger Marvvila, amiga de Sarah, esperando que ela levasse numa boa. Evidentemente, a sister não levou numa boa — e nem deveria. Ela bateu de frente com Fred e mostrou que, apesar de ter uma personalidade mais conciliadora, está longe de ser boba. Veio aí a Sarah Aline que o público estava esperando para ver.
Quem também está começando a se destacar é Domitila Barros, que acabava ofuscada pelo protagonismo do amigo Fred Nicácio. A sister há tempos vem encarando uma sequência de paredões, mas só agora percebeu que não pode mais continuar sem reagir.
— Já fui em cinco paredões... Tem gente aqui chorando por causa de figurino — disse ela a Ricardo, referindo-se às reclamações feitas por Bruna Griphao, nunca emparedada, sobre os looks das festas.
Ou seja, Domitila finalmente parece estar disposta a fazer a sua parte para movimentar o game. É bom para ela e para o jogo. O primeiro passo foi dado na manhã desta quarta-feira (8), quando ela apertou o botão do quarto branco e, sem receio, chamou o oponente Fred para encarar o desafio ao seu lado. Pode estar nascendo aí uma jogadora promissora.
Já pensando em Gabriel Santana e, principalmente, Marvvila, ainda é o caso de dar tempo ao tempo. Só que tempo é justamente o que os participantes do BBB não têm sobrando. É preciso se mostrar indispensável para o jogo agora, não depois. Se dormirem no ponto, os dois correm o risco de assistir à nova fase que se desenha no programa somente pela televisão.