Nesta quinta-feira (4), o ator americano Kevin Spacey foi condenado por um juiz de Los Angeles a pagar quase US$ 31 milhões (aproximadamente R$ 160,2 milhões na cotação atual) à produtora da série House of Cards. O artista havia solicitado anteriormente à Justiça que anulasse a indenização milionária.
Um juiz de arbitragem decidiu em outubro de 2020 que Spacey deveria pagar, à época, US$ 29,5 milhões (aproximadamente R$ 52,5 milhões na cotação atual), além dos custos de representação, à produtora, que teve que repensar House of Cards devido à saída do protagonista Frank Underwood.
O ator recorreu da decisão, alegando falhas processuais cometidas pelo juiz de arbitragem. No entanto, o juiz Mel Red Recana, do tribunal superior da cidade, ratificou a decisão, ordenando ao ator pagar a indenização.
Vencedor de duas estatuetas do Oscar, Spacey protagonizou cinco temporadas da série, até que surgiram na imprensa várias denúncias de assédio sexual contra ele, reveladas por colegas de trabalho. "A MRC não tinha conhecimento desse tipo de conduta por parte de Spacey com membros do elenco ou da equipe de trabalho do programa", afirmou a empresa em um documento judicial.
A produtora alega que, após as denúncias de assédio e agressão sexual em 2017, suspendeu o ator e ordenou uma investigação. Ainda, a MCR salientou que "Spacey rompeu com disposições nos acordos de atuação e produção executiva que fixam os padrões de conduta no local de trabalho, incluindo descumprir a política de assédio".
Spacey nega todas as acusações, que acabaram com sua premiada carreira e que surgiram em meio ao movimento #MeToo, nascido a partir do caso de assédio do poderoso produtor Harvey Weinstein.
Em outro processo, no mês passado, o artista de 63 anos se declarou culpado diante de um tribunal de Londres, na Inglaterra, das acusações de assédio sexual apresentadas por três homens, de 10 anos atrás.