O ator americano Kevin Spacey, 62 anos, deverá pagar quase 31 milhões de dólares à produtora de House of Cards, série que protagonizou até ser demitido em função das denúncias por assédio sexual. A decisão judicial é de outubro de 2020, mas só foi tornada pública nessa segunda-feira (22), quando a MRC, produtora do seriado transmitido pela Netflix, apresentou uma petição para confirmar o veredito diante de um tribunal de Los Angeles.
No documento, a MRC detalha que após as denúncias publicadas contra Spacey por assédio e agressão sexual em 2017, suspendeu o ator e ordenou uma investigação que determinou que "Spacey rompeu com determinações estabelecidas nos acordos de atuação e produção executiva que estabelecem os padrões para sua conduta no local de trabalho, incluindo a violação da política de assédio da MRC."
A onda de acusações correspondeu ao surgimento do movimento #MeToo, que nasceu do caso do produtor Harvey Weinstein. Duas vezes vencedor do Oscar, Spacey estrelou cinco temporadas de House of Cards como Frank Underwood, um político sem escrúpulos, antes de ser demitido.
A produtora acrescentou que a saída do ator exigiu uma reorganização do trabalho que resultou em "perdas substanciais" para a empresa. A MRC argumenta que teve que reescrever o roteiro, excluindo o personagem principal, e reeditar a sexta temporada, que passou de 13 para oito episódios.
A batalha judicial da empresa contra Spacey começou em 2019. De acordo com a petição divulgada nesta segunda, em 2020 um juiz arbitral decidiu a favor da MRC declarando a violação do contrato de Spacey. Até o momento, os representantes legais de Kevin Spacey não se manifestaram.